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Amante da história e como crítico social, resolvi descer à arena cultural onde são realizados os espetáculos, então, percebi a vulgaridade sendo exposta na expressão mais genuína: a arte, a política, a música, o futebol e a literatura foram arrastados a extrema irracionalidade. Vivemos num momento raso de criação e do talento. As redes sociais têm promovido a idiossincrasia coletiva empurrando um misto “cultural” para extrema mediocridade. A fama e o sucesso acompanham os “cascudos”. “Pois vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundícia.” (Mateus 23:27-28 NVI).

A linguagem e a fala foram abortados pela nova geração, essa talvez desconheça os preceitos teóricos de sujeito criado por Jaques Lacan que prioriza a linguagem como constituição do sujeito, provocando um hiato entre esse e a pessoa, tatuando uma diferença entre ambos. Ferdinand de Saussure criou um arcabouço científico para o desenvolvimento linguístico onde a linguagem deu a um fenômeno psicossocial constituído de língua e fala. Quando uma geração perde esse princípio, adota uma espécie de grunhido como sinal de comunicação, formatando guetos que se comportam compulsivamente, deixa de ser sujeito, ignoram o filólogo, desconhece signo, a origem linguística e agem automaticamente na irracionalidade, realizando os preceitos de pura pulsão e passa a ter comprometimentos cognitivos e condena o cérebro ao atrofiamento, nos conduzindo ao processo regressivo, enterrando o homo sapiens e regredindo ao homo habilis.

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As pessoas só repetem o que os outros falam sem entender a essência. O avanço da neurociência exibiu o comportamento dos neurônios espelhos que mostram atividades cerebrais se satisfazendo ao observar o outro realizando um exercício, uma atividade física ou praticando algum esporte, por exemplo. Desse modo, sentirá o prazer como se estivesse realizado essas atividades.

A linguagem e a fala difere o humano do animal, e essa geração abandonou os princípios da civilização e tem buscado as pulsões primárias, em outras palavras tem agido através dos instintos para satisfazer os seus desejos. Ocorre que esses são mascarados por outras “necessidades”, pois as anteriores eram de auto conservação ou de sobrevivência, contudo as atuais são idealizadas pelas campanhas de marketing das indústrias que criam desejos de consumo.

O conceito de moralidade e ética se misturaram e não simbolizam nada. Ter e acumular bens são sinais de prestígio, fama e sucesso. Possuir conhecimentos não é valorizado por esse geração, é subjetivo. Esses ensinamentos e a mudança de comportamento nivelou o rico e o pobre, o ateu e o religioso, e aproximou dos animais na agressividade e violência.

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Onde perdemos o ponto X da humanidade?