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Freud sentenciou, há décadas, que cada civilização produz o seu sintoma. O CID-11 (Classificação Internacional de Doenças) e DSM-5 (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders), nas suas últimas edições, trouxeram transtornos mentais para todos os gostos, exibindo os danos causados pela “civilização”.
O neurocientista Miguel Nicolelis, afirma que o cérebro humano foi modificado no tamanho e na funcionalidade em decorrência dos processos das civilizações.
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Partindo desse argumento, estamos caminhando para um “buraco negro”, um abismo, pois a contemporaneidade está introduzindo a IA (Inteligência Artificial) para conviver com o humano, a relação neural com os algoritmos usados pelos computadores para executar as funções e a relação do cérebro humano, que é analógico, com o sistema binário.
O humano na sua intimidade tenta resolver os seus conflitos existenciais, ele tem um passado e um lastro egóico que daí surgem os seus conflitos e as soluções para ele e o outro.
A emoção é um capital de sensibilização e empatia para o humano, a relação com a precisão da máquina embaralha essa convivência, a ausência do outro produzirá sensações de abandono nesse humano.
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O pós-pandemia apresenta dados deixados pelo confinamento que danificou a compaixão, a entrega total e o amor incondicional entre as pessoas, gerando o medo da morte na população.
Esses fatores impulsionaram os cientistas comportamentais a estudar as emoções com esse material produzido nas relações entre as pessoas, surgindo uma vasta literatura a respeito.
Nesse momento, a ciência investiga o cérebro e busca explicações para os comportamentos agressivos e violentos pós-pandêmicos, os transtornos psíquicos explodiram a neurociência, a psicologia, a sociologia e a psicanálise escaneiam o cérebro e a mente do humano para explicar o que Reich há 100 anos denominou de “Peste Emocional” e classificou como um tipo de endemia.
O avanço da informatização e o uso contínuo das redes sociais aprisionaram as funções cognitivas determinando comportamentos compulsivos.
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A padronização tem cunhado ações humanas inconscientes, daí muitos teóricos tem se inquietados escrevendo artigos que contestam as invenções contemporâneas (redes sociais, computadores, tablet, smartphone etc.) que criam padrões e escravizam o cérebro.
Diante dessa linha de raciocínio e através das minhas vivências no consultório, percebo que o “buraco negro” se aproxima numa velocidade imperceptível, pois a mente humana está embaçada, vive a mesmice compulsiva que projeta o delírio e a alucinação diária, fugindo da realidade assustadora.
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No próximo artigo, continuaremos comentando sobre essa relação complicada entre o humano e o robô.