Um policial militar denunciou ter sido vítima de tortura por parte de colegas de farda dentro das instalações do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), localizado no Setor Policial Sul, em Brasília.

O soldado Danilo Martins afirmou que foi submetido a agressões físicas para que desistisse de um curso de formação.

A 3ª Promotoria de Justiça Militar e a Corregedoria da Polícia Militar do Distrito Federal deflagraram, nesta segunda-feira, 29 de abril, operação para apurar suposta tortura contra um soldado durante o curso de Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque).

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Segundo a vítima, ela foi forçada a desistir do curso de formação. Com a recusa da desistência, foi agredida, humilhada e torturada durante oito horas.

A pedido do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), foram cumpridos 14 mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão, apreensão de celulares dos militares supostamente envolvidos e suspensão do curso até o encerramento das investigações.

Também foram determinados o afastamento do comandante do BPChoque até o encerramento das apurações e o acesso ao prontuário médico da suposta vítima para elaboração do laudo de exame de corpo de delito.

Martins permaneceu hospitalizado por seis dias após o incidente. Ele descreveu um período de 8 horas dentro do batalhão, sofrendo tortura, até concordar em assinar um documento de desistência do curso, mesmo sem entender os motivos por trás das agressões.

Na denúncia apresentada ao Ministério Público, o policial relatou ter sido alvo de gás lacrimogênio e gás de espuma lançados em seu rosto, além de ser obrigado a ingerir café com sal e pimenta. Ele também descreveu ter sido agredido com golpes de bastão, chutes no joelho, rosto e estômago.

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Martins afirmou que, no hospital, recebeu diagnósticos de insuficiência renal, rabdomiólise (ruptura do músculo esquelético), lesão no menisco, hérnia de disco e lesões na região lombar e cerebral.