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O estado de Pernambuco confirmou, nesta terça-feira, 23 de julho, a segunda morte, de feto, em decorrência da Febre do Oropouche.

Foram realizadas análises laboratoriais, utilizando a metodologia RT-PCR nas amostras biológicas de tecidos do feto, no Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE), revelando a detecção do vírus.

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Nesse caso, a gestante é residente do município de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR) e estava na 30° semana de gravidez.

OUTROS CASOS DE MORTE FETAL POR FEBRE OROPOUCHE

O primeiro caso de morte de feto ligado a doença era de uma gestante, que também estava na na 30° semana de gravidez, de Rio Formoso, na Mata Sul do Estado.

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Pernambuco, ainda, tem mais dois casos em investigação.

A ligação entre a arbovirose e a morte fetal está sendo investigada pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), em colaboração com o Ministério da Saúde, Fiocruz, Instituto Evandro Chagas, Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e autoridades municipais responsáveis pelos casos sob investigação.

Embora não se possa afirmar que a perda gestacional foi causada pela infecção pelo vírus da Febre Oropouche, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) recomenda medidas preventivas adicionais para gestantes.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Algumas medidas preventivas que podem ser adotadas incluem:

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  • Durante o pré-natal, a gestante deve utilizar repelente.
  • É recomendado o uso de repelente especialmente entre 16 e 18 horas, período em que os mosquitos do maruim (culicóide) e da muriçoca (culicídeo), responsáveis pela transmissão do vírus, estão mais ativos.
  • Manter vigilância em áreas onde há plantações de banana ou cacau, pois podem atrair os mosquitos transmissores.
  • Instalar telas nas janelas para impedir a entrada dos mosquitos.

Zika

Pesquisas realizadas com animais infectados por vírus do mesmo grupo sorológico do OROV, e transmitidos por mosquitos do mesmo gênero, comprovaram que há transmissão vertical nos agentes, podendo causar abortos e más-formações fetais.

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A situação revive preocupações diante do que se viu com o vírus zika, outra arbovirose. No caso, houve relato da microcefalia de mais de 4 mil bebês.

BRASIL CONFIRMA PRIMEIRA MORTE PELA DOENÇA NO MUNDO

A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sasab) confirmou a primeira morte, no mundo, por febre oropouche.

Após análises realizadas pela Câmara Técnica de Análise de Óbitos da Diretoria de Vigilância Epidemiológica estadual, o estado confirmou a morte de duas pessoas pela doença.

Ainda segundo a Sasab, a primeira morte por febre oropouche no mundo foi de uma mulher, de 21 anos e sem comorbidades, em 27 de março. A vítima residia no município de Valença, na Bahia.

Já a segunda, foi um homem, de 24 anos, também sem comorbidades, e residia no município de Camamu-BA.

Um estudo elaborado por 20 cientistas de diversos órgãos da Bahia, como a Secretaria da Saúde, o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), analisou os óbitos.

Os casos baianos ocorreram em março e junho. A primeira paciente teve sintomas como:

  • Dores musculares
  • Dor abdominal, na cabeça e atrás dos olhos
  • Diarreia
  • Náuseas
  • Vômitos

Ela chegou a buscar atendimento em unidades básicas e, dois dias após o início dos sintomas, recorreu a um hospital de referência, relatando visão turva e dificuldade para enxergar.

Já internada, a paciente desenvolveu agitação, pressão baixa e falta de oxigênio no sangue.

A segunda paciente teve febre, fraqueza e dores em múltiplos locais do corpo, incluindo as articulações.

Ela também apresentou erupção cutânea vermelha e manchas roxas, além de sangramento no nariz, nas gengivas e na área vaginal. A jovem se queixou, ainda, de sonolência e vômitos.

O que isso representa?

De acordo com a análise dos especialistas, os casos destacam alguns pontos importantes a serem observados: a rápida progressão dos sintomas até a morte, a presença de coagulopatia grave (uma condição em que o sangue tem dificuldade em coagular corretamente) e a ocorrência de problemas no fígado, que podem ter contribuído para a coagulopatia e, consequentemente, para as mortes.

“Fica claro que a infecção por OROV pode levar a fenômenos hemorrágicos, como estudos anteriores demonstraram, e o envolvimento hepático pode ser esperado nesta infecção”, diz o relatório.

O texto destaca ainda que a evolução clínica dos pacientes com febre oropouche foi muito semelhante à de uma febre hemorrágica grave, comumente observada em casos de dengue.

Para eles, isso representa um desafio para o diagnóstico que merece atenção.

“Se não fosse pela extensa avaliação laboratorial e pelo surto de OROV em curso na região, esses casos provavelmente teriam sido classificados inadequadamente como mortes por dengue”, dizem.

Por isso, segundo o documento da Sesab, os casos mostram como é de extrema importância implementar uma vigilância epidemiológica ativa.

E garantir a coleta de amostras suficientes para monitorar outras doenças, além de realizar a vigilância genômica.

DOENÇA JÁ FOI REGISTRADA EM 16 ESTADOS

O País já registrou, neste ano, 7.044 casos da doença, com transmissão autóctone, isto é, local, em 16 Estados: AC, AP, AM, BA, ES, MG, MA, MT, PA, PE, PI, RJ, RO, RR, SC E TO. Ceará, Pará e Mato Grosso do Sul ainda têm investigações.

O relatório destaca que a rápida disseminação do vírus da febre, chamado de OROV, “já representa surto de grande preocupação para a população”.

Em nota, o Ministério da Saúde declara que ainda não é possível confirmar mortes, pois é preciso fazer uma avaliação criteriosa dos aspectos clínicos epidemiológicos, considerando o histórico pregresso do paciente e a realização de exames laboratoriais.

AINDA NÃO EXISTE VACINA OU TRATAMENTO

A febre oropouche é uma doença causada por um vírus chamado Orthobunyavirus (OROV), que pertence à família Peribunyaviridae e é transmitido por artrópodes (como mosquitos).

Os sintomas são semelhantes aos da dengue e incluem dor de cabeça, dores musculares, náuseas e diarreia.

Em alguns casos, a doença pode evoluir para formas mais graves, com sintomas neurológicos.

Atualmente, não há vacina ou tratamento específico para a doença Pacientes com sintomas devem descansar, fazer tratamento para aliviar sintomas e seguir o acompanhamento médico.

Recentemente, o Ministério da Saúde alertou para a importância dos cuidados das gestantes com a doença, diante de suspeitas de casos de microcefalia possivelmente associados à doença.

Pesquisadores do Instituto Evandro Chagas (IEC), associado ao Ministério da Saúde, encontraram evidências de que a febre oropouche pode ser passada da mãe para o bebê durante a gestação.

Diante da descoberta, a pasta emitiu uma nota técnica, recomendando que Estados e municípios redobrem a vigilância sobre a possibilidade desse tipo de transmissão, chamada de vertical.

O alerta foi feito depois que o IEC identificou a presença de anticorpos contra o vírus em quatro bebês nascidos com microcefalia, além de material genético do vírus da oropouche em um feto natimorto com 30 semanas de gestação.