O ex-presidente Jair Bolsonaro utilizou as suas redes sociais para se defender da acusação de transferir R$ 800 mil no final de 2022 para os EUA, onde aguardaria ao golpe de estado no Brasil, segundo a Polícia Federal (PF). (confira vídeo abaixo).
O ex-chefe do Executivo questionou a investigação, afirmando que o dinheiro foi transferido do Banco do Brasil para o BB América, e que se o golpe tivesse ocorrido, os recursos seriam bloqueados pelas autoridades americanas.
“O último país do mundo para onde um golpista, um ditador, enviaria recursos seria os Estados Unidos, porque é um país democrata que respeita tratados. Esses recursos seriam imediatamente bloqueados”, afirmou.
Continua após a publicidade:
Bolsonaro então afirmou que decidiu transferir o dinheiro pois tinha dúvida sobre a política e economia do Presidente Lula
“Tínhamos dúvidas sobre a política e a economia do atual mandatário de esquerda”, finalizou.
O objetivo da transferência, segundo investigação da Polícia Federal, seria se manter em solo americano enquanto uma tentativa de golpe de Estado se desdobrava no Brasil e, se necessário, se instalar no exterior para se precaver de um inquérito pela conspiração de ruptura do Estado democrático de direito. As informações constam em um documento da PF obtido pela revista Veja nesta quarta-feira, 14.
A quebra de sigilo bancário do então presidente demonstra que, prestes a encerrar o mandato, Bolsonaro fez uma operação de câmbio de 800 mil reais em 27 de dezembro de 2022.
“Evidencia-se que o então presidente Jair Bolsonaro, ao final do mandato, transferiu para os Estados Unidos todos os seus bens e recursos financeiros, ilícitos e lícitos, com a finalidade de assegurar sua permanência do exterior, possivelmente, aguardando o desfecho da tentativa de Golpe de Estado que estava em andamento”, afirma o documento da PF.
Continua após a publicidade:
A PF observa que os recursos financeiros podem ser “ilícitos e lícitos” por suspeitar que parte do montante transferido tenha sido acumulado com o “desvio de bens de alto valor patrimonial entregues por autoridades estrangeiras”.
A tentativa de entrada ilegal de joias recebidas em viagens oficiais pelo governo Bolsonaro foi revelada em março de 2023 pelo Estadão.