A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) compartilhou um versículo bíblico nas redes sociais nesta sexta-feira, 10 de novembro, após ser citada na delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência.

Segundo o auxiliar de Jair Bolsonaro (PL), ela e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) incitavam o ex-chefe do Executivo a dar um golpe de Estado.

Sem citar o caso, Michelle compartilhou uma passagem da Bíblia sobre enfrentar inimigos “em nome do Senhor dos Exércitos”.

Continua após a publicidade:

Segundo a coluna de Aguirre Talento no portal UOL, Michelle e Eduardo faziam parte de um grupo de conselheiros radicais que diziam que, em caso de um golpe, Bolsonaro teria apoio da população e de pessoas armadas, os CACs (Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores), que tiveram o acesso a armas facilitado durante o governo do ex-presidente.

A defesa de Jair e Michelle Bolsonaro afirmou que as acusações são “absurdas”, enquanto Eduardo disse que a “narrativa não passa de fantasia, devaneio”.

Nesta sexta-feira, Michelle citou, em um story (publicação que desaparece em 24 horas) no Instagram, a história bíblica do confronto entre o Rei Davi e o guerreiro filisteu Golias.

“Você vem a mim com uma espada, uma lança e um dardo, mas eu vou enfrentá-lo em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos Exércitos de Israel, que você desafiou.”

A ex-primeira-dama costuma utilizar a religião para rebater acusações das quais ela e Bolsonaro são alvos.

No dia 11 de agosto, a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Lucas 12:2, como parte da investigação de um esquema de venda ilegal de joias da Presidência pelo ex-presidente e seus aliados.

Continua após a publicidade:

Sem citar o caso, Michelle disse, no início de setembro, em um evento do PL Mulher – braço do Partido Liberal do qual é presidente – que a “justiça do homem pode não acontecer, mas a justiça de Deus é certa”.

A operação da PF foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Trecho da investigação, constante na decisão do ministro, mostra uma conversa entre auxiliares de Bolsonaro, suspeitos de participarem do esquema, em que citam que um kit de joias “sumiu com dona Michelle”.

Estadão Conteúdo