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A Justiça de São Paulo anulou mais uma multa aplicada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por desrespeito à norma de uso de máscara durante a pandemia de covid-19.

Dessa vez, o valor da execução fiscal extinta foi de aproximadamente R$ 370 mil. A decisão ocorreu na sexta-feira, 23 de fevereiro, às vésperas do ato político marcado para a tarde do próximo domingo, 25, na Avenida Paulista, em São Paulo.

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A decisão se baseou na lei sancionada em novembro do ano passado pelo governador paulista, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que anistia multas aplicadas durante a pandemia.

Aliado do ex-presidente, Tarcísio é uma das presenças confirmadas no ato de domingo. Esta é a última penalidade das cinco penalidades que Bolsonaro sofreu no Estado por não usar máscaras em eventos oficiais. Os valores somados alcançam R$ 937.839.

A última multa, anulada pela juíza Juliana Maria Maccari Gonçalves, da Vara de Execuções Fiscais Estaduais, era de R$ 376 860.

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Anteriormente, a mesma magistrada já havia outra execução fiscal de Bolsonaro no valor de R$ 55mil. Os julgamentos ocorreram após a Fazenda Nacional cancelar os débitos com base na lei sancionada por Tarcísio.

Além de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também se beneficiou da medida.

O filho do ex-presidente já recebeu, em 18 de janeiro, uma anistia de mais de R$ 56 mil reais por uma ação anulada. O parlamentar aguarda o julgamento de outra multa aplicada pelo mesmo motivo.

Durante a pandemia, a Secretaria de Saúde do Estado aplicou 10,7 mil multas, sendo que somente 579 pessoas foram autuadas por não usar máscara na rua.

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Outras 2,6 mil pessoas foram multadas por não usar máscara dentro de estabelecimentos. Além disso, 5,5 mil estabelecimentos foram autuados por não cumprir as medidas sanitárias.

Ao perdoar as multas, o governo de São Paulo deve deixar de arrecadar R$ 72,1 milhões. Sozinho, Bolsonaro era responsável por quase R$ 1 milhão, soma referente às cinco execuções penais às quais responde por não usar máscara.

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‘Vaquinha’

Sob a justificativa de levantar fundos para arcar com as multas, o ex-presidente da República recebeu de seus apoiadores ajuda milionária no valor de R$ 17,1 milhões em suas contas por meio de transferências bancárias realizadas por Pix. Este montante foi arrecadado ao longo dos primeiros seis meses de 2023.

Bolsonaro chegou a ter mais de meio milhão de reais bloqueados de suas contas bancárias em junho do ano passado, para o pagamento das multas por não usar máscara em São Paulo.

Elas foram aplicadas pelo descumprimento da lei sanitária nos municípios de Itapeva e Miracatu, em meio à pandemia da covid-19 Com a decisão do TJSP, que extinguiu a dívida, o valor já pago deverá ser devolvido ao ex-presidente.

Um levantamento do Estadão, publicado em junho de 2021, mostrou que Bolsonaro descumpriu a lei sanitária a maior parte do tempo em que esteve cumprindo agendas durante a pandemia. Até aquela data, ele não havia usado máscaras em sete a cada dez eventos de sua agenda, ou 73% dos casos.

Ato na Paulista

Alvo da Operação Tempus Veritatis, que investiga a articulação de um golpe de Estado, o ex-presidente conta com a presença confirmada de governadores, ex-ministros e parlamentares aliados em um ato programado para este domingo, 25, na Avenida Paulista, em São Paulo.

A manifestação foi encabeçada por Bolsonaro, o pastor evangélico Silas Malafaia, o ex-ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência (Secom) e advogado do ex-presidente, Fábio Wajngarten, e o deputado federal Zucco (PL-RS).

Bolsonaro e seus aliados próximos são investigados por articularem um golpe após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na operação, realizada no último dia 8, após autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ex-presidente teve o passaporte apreendido.

Estadão Conteúdo