A primeira-dama do Brasil, Janja Silva, tem gerado insatisfação dentro do próprio governo federal por sua atuação, que estaria invadindo diversas áreas do terceiro mandato do presidente Lula (PT).

Pastas como a da Fazenda, do Desenvolvimento Social e até da Defesa têm sentido o “peso” da mão de Janja em suas ações, de acordo com uma reportagem publicada no último sábado, 18 de junho, do jornal O Estado de São Paulo.

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Segundo o veículo, porém, uma das áreas com maior interferência de Janja tem sido a comunicação, especialmente a publicidade das ações de governo.

A reportagem do Estadão apontou que a primeira-dama determina mudanças, trocas e até barra campanhas importantes. Foi ela que, por exemplo, impediu que uma proposta do PT de remunerar blogueiros seguisse em frente.

Já na área econômica, Janja teria sido a responsável por fazer um pedido expresso para redução dos juros do cartão de crédito, atropelando dessa forma o rito de conversas com a equipe da economia. Auxiliares da Fazenda, porém, estariam temerosos de falar sobre o assunto com a primeira-dama, segundo o jornal.

Outro sinal da influência de Janja no governo estaria em um episódio envolvendo o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, e uma reunião sobre a crise na articulação política.

De acordo com um interlocutor do Planalto, a primeira-dama acompanhou Dias até a porta após o encontro e pediu que ele não levasse mais aquele tipo de problema para o presidente.

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Oficialmente, o ministro negou o diálogo e disse que costuma “receber os problemas e levar solução”. Dias também afirmou que leva ao presidente apenas o que depende da decisão dele.

Quem também estaria insatisfeito com Janja seria o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que procurou Lula para alertá-lo sobre a insatisfação de companheiros a primeira-dama.

O presidente, porém, teria ficado do lado da esposa e disse que o senador não deveria repetir a crítica se quisesse preservar uma amizade de décadas.

Ao ser procurado, no entanto, o senador disse que ele e a mulher, Fátima, têm “as melhores relações” com Janja e que “não há nenhum fundo de verdade” nas supostas críticas feitas ao comportamento da primeira-dama.

Quem teria sofrido de forma mais intensa com a influência da esposa de Lula, porém, seria o ministro da Defesa, José Múcio.

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Após os atos de 8 de janeiro, por exemplo, Múcio teria proposto a Lula que fosse editado um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). No entanto, ao ouvir a sugestão do ministro, feita por telefone, Janja reagiu: “GLO não! GLO é golpe! É golpe”.

Segundo o Estadão, interlocutores de Lula relatam que Janja já deu respostas ríspidas a Múcio, em cenas descritas como constrangedoras.

Além disso, petistas que atuaram como ponte entre Lula e a caserna reclamaram várias vezes que Janja contribuía para manter o clima de tensão entre o governo e as Forças Armadas.

Da redação do Portal com informações do Pleno News