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O senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), ex-presidente do Senado e atual presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Casa, não exonerou seu assessor parlamentar que cuidava da contratação de funcionários, mesmo acusado de promover o crime de rachadinha em seu gabinete.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) ouviu, nessa sexta-feira, 17 de dezembro, Paulo Boudens sobre a suposta rachadinha.

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Paulo Augusto de Araújo Boudens segue contratado no gabinete de Alcolumbre e ganha R$ 22,9 mil por mês, segundo informações do Portal de Transparência do Senado Federal. A informação foi confirmada junto à assessoria do senador amapaense.

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Entenda

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O senador Davi Alcolumbre foi alvo de uma denúncia de seis ex-funcionárias que acusaram o parlamentar de praticar a chamada “rachadinha” em seu gabinete. Em reportagem da revista Veja, divulgada em outubro, seis mulheres afirmam que foram empregadas no gabinete do senador durante muito tempo, mas nunca receberam o devido salário.

A Veja aponta que Marina, Lilian, Erica, Larissa, Jessyca e Adriana, mulheres pobres da periferia do Distrito Federal, foram contratadas por pessoas de confiança de Alcolumbre. Elas eram orientadas a abrir uma conta no banco e, em seguida, entregar o cartão e a senha a um intermediário.
Os salários, em folha, variavam de R$ 4 a R$ 14 mil, mas elas recebiam apenas uma fração do montante. O senador me disse assim: “Eu te ajudo, e você me ajuda”. Estava desempregada. Meu salário era mais de R$ 14 mil, mas topei receber apenas R$ 1.350. A única orientação era para que eu não dissesse a ninguém que tinha sido contratada no Senado”, denunciou a diarista Marina Ramos Brito dos Santos, de 33 anos.
Segundo a reportagem, o esquema de Alcolumbre perdurou de janeiro de 2016 a março deste ano. Calcula-se que a fraude tenha gerado um rombo de pelo menos R$ 2 milhões aos cofres públicos.
Uma outra ex-funcionária revelou ainda que, além do salário, o gabinete do senador se apropriava das verbas rescisórias e até de benefícios previstos em lei, como a gratificação de Natal.

“Meu salário era acima dos R$ 14 mil reais, mas eu só recebia R$ 900. Eles ficavam até com a gratificação natalina. Na época, eu precisava muito desse dinheiro. Hoje tenho vergonha disso”, disse a estudante Erica Almeida Castro, de 31 anos.

Alcolumbre nega 

Procurado pela reportagem, o senador Davi Alcolumbre negou as acusações e disse que está concentrado nos trabalhos legislativos. Ainda segundo ele, as atividades de cunho administrativo eram de responsabilidade de seu então chefe de gabinete, Paulo Boudens.

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Alcolumbre também afirmou que não se recorda das mulheres citadas na reportagem e que ninguém de seu gabinete estava autorizado a reter os salários delas.

Boudens foi exonerado em 2020 e não se manifestou sobre as denúncias.

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