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A ex-primeira-dama da Argentina Fabiola Yáñez apresentou uma denúncia à Justiça contra Alberto Fernández, que presidiu o país entre 2019 e 2023, acusando-o de violência física e assédio Ela conseguiu na Justiça uma medida protetiva que impede o ex-mandatário de chegar a menos de 500 metros dela e de entrar em contato com ela, seja por qual meio for.

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Fernández negou as alegações e prometeu provar sua inocência.

A denúncia foi apresentada por ela a um tribunal argentino na terça-feira, 6 de agosto. O tribunal federal de Buenos Aires abriu uma investigação criminal para averiguar as acusações de “terrorismo psicológico”, assédio telefônico e abuso físico que teriam sido feitas por Fernández contra Fabiola.

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Os dois viveram juntos pelo menos oito anos e ela é mãe de um dos filhos do ex-presidente.

Fabiola Yáñez disse na audiência ter decidido apresentar queixa contra Fernández por ter sido diariamente ameaçada e intimidada psicologicamente.

A ex-primeira-dama também relata ter sido agredida. O documento não forneceu mais detalhes sobre suas acusações de violência física.

O peronista de esquerda Fernández foi presidente da Argentina entre 2019 a 2023. Por meio de sua conta no X, ex-Twitter, ele negou as alegações e prometeu que provará nos tribunais o que realmente aconteceu.

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Fernández diz que não dará mais detalhes à mídia em respeito aos filhos e demais parentes. Além de negar as acusações, o ex-presidente disse que reunirá testemunhas e documentos para provar o contrário do que diz sua ex-companheira.

O responsável por emitir a medida protetiva é o juiz Julián Ercolini, que também proibiu Fernández de viajar para fora da Argentina.

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Ele determinou ainda que todas as formas de intimidação ou assédio, tanto direta quanto indiretamente, sejam cessadas imediatamente. A medida protetiva também incluiu a ordem para que as autoridades argentinas colocassem policiais à disposição da ex-primeira dama.

Origem

A decisão judicial ocorreu semanas depois do vazamento de diversas mensagens de texto que incluíam outras acusações contra o ex-presidente, neste caso de supostas irregularidades em sua gestão, que envolvem até desvio de dinheiro.

O teor das acusações de Fabiola Yáñez constam de textos trocados por ela com a ex-secretária particular de Fernández, María Cantero. A ex-primeira-dama relatou episódios de abuso e assédio que ocorreram quando ela estava grávida de seu filho, Francisco, hoje com 2 anos.

À época, o juiz Ercolini chegou a entrar em contato com ela sobre as revelações em junho, mas Fabíola “não quis dar prosseguimento ao processo criminal”, segundo o documento judicial ao qual a AP teve acesso. Entretanto, ela mudou de ideia depois e o procurou para oficializar as denúncias.

As outras denúncias vazadas incluem acusações de irregularidades que teriam sido cometidas durante a administração do peronista.

Entre elas estão as irregularidades na concessão de contratos de seguro do Estado, o que Fernández também já negou.

Foi na administração de Fernández, que teve como vice-presidente a ex-presidente populista Cristina Fernández, que a Argentina mergulhou em sua pior crise econômica em duas décadas, com aumento da inflação e aprofundamento da pobreza.

Fernández optou por não concorrer às eleições argentinas de 2023 A indignação pública com a crise do país ajudou a impulsionar o presidente libertário radical Javier Milei ao cargo./AP

Estadão Conteúdo