Durante audiência na Comissão de Segurança Pública na noite desta quinta-feira, 13 de julho, o senador e ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN) chorou ao falar sobre as pessoas que foram presas após os atos golpistas, registrados em 8 de janeiro, em Brasília.
Ao receber a palavra, Marinho se emocionou enquanto falava e foi consolado pelo seu pai, o ex-senador Valério Djalma Cavalcanti.
Ex-ministro do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Marinho foi elogiado pelo colega Eduardo Girão (Novo-CE), que o descreveu como “grande irmão” e “presente” antes de lhe passar a fala na reunião. Na ocasião, ele também cumprimentou a presença do pai dele, Djalma Cavalcanti, que acompanhava o senador na audiência.
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“Obrigada, senador Girão. Obrigada pelas palavras generosas que vossa excelência profere nesse momento. Eu até…” disse o Marinho, enquanto segurava as lágrimas.
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Na sequência, o pai o abraçou e deu um beijo em sua cabeça e os outros senadores o aplaudiram. Ao retomar a fala, Rogério Marinho se justificou:
“Eu acho que todos nós temos uma responsabilidade muito grande. Estamos vivendo um momento muito desafiador, que nos cobra atitude, mas também nos cobra inteligência (…) Nós precisamos desmistificar o que é colocado como lugar comum, uma estratégia deliberada de desumanizar aqueles que pensam diferente”, afirmou o senador que esteve em visitas com os presos dos atos golpistas.
Veja momento:
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Num dado momento de sua argumentação, Marinho diz que “há uma política de cancelamento” para aqueles “que ousam desafiar o sistema”.
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“Eu acho que a palavra de ordem é relativização. Nós estamos relativizando a democracia, a inviolabilidade dos mandatos, a constituição, os direitos humanos, o ordenamento jurídico, os valores. Há uma política de cancelamento das pessoas que ousam desafiar o sistema”, completou.
Convocada pelo senador Girão e Jorge Seif (PL-SC), a audiência chegou a receber membros da Associação dos Familiares e Vítimas do 8 de janeiro, organização criada em maio por envolvidos nos ataques.
Alegação de ilegalidades nas prisões do 8 de janeiro
![audiência senado](https://storage.googleapis.com/uploads.portaldeprefeitura.com.br/2023/07/audiencia-senado.jpg)
Audiência na Comissão de Segurança Pública ouviu representantes dos familiares e advogada dos detidos pelo vandalismo ocorrido no 8 de janeiro, além de representante da Defensoria Pública do DF e da Associação Brasileira de Imprensa. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
A audiência pública interativa desta quinta (13) ouviu familiares e defensores dos presos nos atos de 8 de janeiro. Eles apontaram a ocorrência de ilegalidades e de violações de direitos humanos na detenção dos manifestantes nas penitenciárias da Papuda e Colmeia [feminino], em Brasília.
As irregularidades e as violações, algumas cometidas pela Polícia Federal (PF), segundo eles, afrontam os direitos mais elementares e dispositivos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, além de outros acordos e tratados internacionais sobre direitos civis e políticos dos quais o Brasil é signatário.
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Proponente do debate, o senador Eduardo Girão (Novo-CE) expressou solidariedade aos participantes da audiência pública e disse que os manifestantes passam por situações “vexatórias” nas prisões.
O senador apontou a existência de uma “inversão completa de valores” e disse que está havendo a aplicação de dois pesos e duas medidas pelo Poder Judiciário na manutenção da prisão dos manifestantes, que qualificou como “presos políticos”.
Comparou o caso deles ao do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, “condenado a 425 anos de prisão e depois de ter permanecido apenas seis anos presos, foi libertado pela Justiça para cumprir pena domiciliar”.
“Essas pessoas [os manifestantes] não estão esquecidas. O Estado Democrático de Direito precisa voltar. Nós vamos trabalhar com o limite de nossas forças para isso “, prometeu Girão.
Ao defender a justiça e o restabelecimento da democracia no Brasil, Girão comunicou que irá apresentar denúncia formal à Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de uma comitiva de parlamentares e de advogados que irão a Nova York em 21 de julho.
Da redação do Portal com informações da Agência Senado