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Alvo de reiterados ataques racistas no Campeonato Espanhol, o atacante Vinicius Júnior do Real Madrid, vai liderar um comitê especial antirracismo da Fifa, que regula o futebol mundial.

O anúncio foi feito por Gianni Infantino, presidente da entidade, em entrevista à Reuters, durante visita à concentração da seleção brasileira em Barcelona (Espanha), onde a equipe encara a Guiné, em amistoso no próximo sábado 17, de junho, às 16h (horário de Brasília).

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“Pedi a Vinícius que liderasse esse grupo de jogadores que apresentará punições mais rigorosas contra o racismo, que mais tarde serão implementadas por todas as autoridades do futebol em todo o mundo”, afirmou Infantino, após encontro com Vini Jr., e o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. 

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No último dia 21, Vinicius Júnior, foi alvo de ataques racistas pela 10ª vez no Campeonato Espanhol, organizado pela La-Liga. Os insultos foram proferidos por torcedores na derrota fora de casa do Real para o Valencia (2 a 1).

“Precisamos ouvir os jogadores e o que eles precisam para trabalhar em um ambiente mais seguro. Estamos levando isso muito a sério”, explicou Infantino. “Precisamos de punições mais duras. Não podemos tolerar mais racismo no futebol. Como presidente da Fifa, sinto que precisava conversar pessoalmente com Vinícius sobre o assunto”.

Infantino também foi enfático quanto à responsabilidade dos árbitros no caso de manifestações racistas durante as partidas.

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“Não haverá mais futebol com racismo. Os jogos devem ser interrompidos imediatamente quando isso acontecer. Basta!”, disse o dirigente.

Para Ednaldo Rodrigues, o engajamento da Fifa à luta antirracista no futebol é um endosso às iniciativas tomadas pela CBF no combate à discriminação racial no país.

“Somos a primeira federação do mundo a estabelecer perda de pontos como punição para essas situações no Regulamento Geral das Competições. E temos que ir além. No Brasil, semanas atrás, um torcedor foi identificado após ofensas racistas e acabou preso. Racismo é crime, não pode haver tolerância com crimes. Esperamos que a sociedade como um todo abrace essa causa”, defendeu o presidente da CBF.

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Caso de racismo 

Durante a derrota da equipe do Real Madrid para o Valencia por 1 a 0, no Estádio Mestalla, casa dos adversários, Vinicius escutou insultos racistas e gritos de ‘macaco’ vindos das arquibancadas. O jogo foi paralisado por cerca de oito minutos e, posteriormente, o jogador foi expulso ao se envolver em confusão com jogadores do time adversário.

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O episódio aconteceu aos 29 da segunda etapa. Jogando em ambiente hostil, Vinicius Junior tentou jogada pela esquerda quando uma segunda bola que havia sido arremessada no campo instantes antes foi chutada por Eray Cömert, atleta do Valencia, de maneira proposital para interromper o lance.

Naquele momento, Vini se dirigiu à parte da torcida valencianista que estava localizada atrás do gol do time local e apontou para torcedores que o insultavam chamando-o de macaco.

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Agência Brasil