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O vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, afirmou na última sexta-feira, 20 de novembro, data em que é lembrado o Dia da Consciência Negra, que no Brasil “não existe racismo”.

Mourão fez a declaração e classificou de “lamentável” a morte de João Alberto Silveira Freitas, cidadão de 40 anos que foi espancado e morto por dois seguranças em um supermercado no estado do Rio Grande do Sul. O vice-presidente também disse que o caso é de uma “segurança totalmente despreparada”.

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“Lamentável, né? Lamentável isso aí. Isso é lamentável. Em princípio, é segurança totalmente despreparada para a atividade que ele tem que fazer”, afirmou Hamilton Mourão.

Questionado pelos jornalistas se o assassinato do homem não teria algum motivo racial. Mourão fez uma comparação com os Estado Unidos da América.

“Eu digo para você com toda tranquilidade: não tem racismo. Eu digo isso para vocês porque eu morei nos Estados Unidos. Racismo tem lá. Eu morei dois anos nos Estados Unidos. Na minha escola, que eu morei lá, o pessoal de cor, ele andava separado. Eu nunca tinha visto isso aqui no Brasil”, declarou.

Na noite de quinta-feira, 19 de novembro, João Alberto foi espancado no estacionamento do supermercado Carrefour. De acordo com informações do G1, dois suspeitos foram presos em flagrante. Um dos envolvidos no ato era policial militar.

Em nota, o supermercado disse que lamenta o caso e que tomou todas as providências para que os suspeitos sejam punidos conforme a lei.

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>>>Damares lamenta morte de homem espancado em supermercado do RS

Declarações

Na sexta-feira (20), a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, usou o Twitter para lamentar e protestar contra a morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado no supermercado no estado de Porto Alegre/RS.

Segundo Damares, as imagens são chocantes e causaram indignação e revolta.

A vida de mais um brasileiro foi brutalmente ceifada no estacionamento de um supermercado, no Rio Grande do Sul. As imagens são chocantes e nos causaram indignação e revolta. Me solidarizo com a família e coloco o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos à disposição para prestar toda assistência necessária. Sintam-se abraçados por nós. Aproveito para parabenizar a polícia gaúcha pela rápida resposta e prisão dos responsáveis”, afirmou Damares.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes disse hoje (20) ser “escandalosa” a notícia do assassinato “bárbaro” de um homem negro em um supermercado de Porto Alegre, em pleno Dia da Consciência Negra, celebrado hoje (20). NEGRO, Morte de negro em supermercado é crime “bárbaro”, diz Gilmar MendesNEGRO, Morte de negro em supermercado é crime “bárbaro”, diz Gilmar Mendes

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“O Dia da Consciência Negra amanheceu com a escandalosa notícia do assassinato bárbaro de um homem negro espancado em um supermercado. O episódio só demonstra que a luta contra o racismo e contra a barbárie está longe de acabar. Racismo é crime!”, escreveu o ministro em sua conta oficial no Twitter.

O ministro se referiu à notícia de que no dia 19 de novembro, na véspera do Dia da Consciência Negra, celebrado na sexta-feira, 20 de novembro, um homem negro, de 40 anos de idade, foi espancado até a morte no supermercado Carrefour de um bairro da zona norte de Porto Alegre. Um vídeo que mostra a cena causa grande repercussão nas redes sociais.

Nesta sexta-feira (20), sem citar o crime, outros ministros do Supremo também se manifestaram por ocasião do Dia da Consciência Negra, entre os quais o presidente da Corte, Luiz Fux, e Luís Roberto Barroso, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

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“O Brasil foi a sociedade escravocrata mais longa de todo o mundo e por isso devemos cotidianamente nos lembrarmos disso para termos a inclusão social como resgate histórico”, disse Fux pela manhã, durante o Congresso Nacional do Registro Civil.

Em sua conta oficial no Twitter, o ministro Luís Roberto Barroso lembrou o julgamento em que o TSE determinou distribuição proporcional de recursos de campanha entre candidatos brancos e negros. Ele escreveu que o país tem o “dever de reparar a chaga moral da escravidão”.