Apuração

Investigado por desvio de dinheiro, Padre Robson pede morte de desafeto em áudio: ‘seria uma bênção’

Os áudios inéditos foram divulgados pelo programa Fantástico, da TV Globo no domingo (21).

22 FEV 2021 • POR • 14h00
O padre Robson de Oliveira, da Basílica do Divino Pai Eterno, em Goiás, pode voltar a se complicar judicialmente caso novas provas sejam aceitas pelo Judiciário e a apuração seja reaberta em uma investigação arquivada pela Justiça por desvio de dinheiro doado por fiéis. A possibilidade é indicada pelo secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. "Há indícios fortes de lavagem de dinheiro, [de] organização criminosa, [de que] uma quadrilha que se apoderou [de] uma igreja", diz o titular da pasta. Divulgados pelo programa Fantástico, da TV Globo, áudios inéditos, obtidos em celulares do Padre, nos quais Robson estaria discutindo com o advogado Luís Barbosa sobre a situação de outro advogado, Anderson Reiner Fernandes, que teria virado um desafeto. Na ocasião, o padre chega a pedir que o “adversário” seja morto. "Se o Senhor pudesse matar ele pra mim, seria uma bênção", diz o padre. Ver mais: >> Um padre, um médium e dois pastores: da Fé ao Crime Em outro áudio divulgado, o padre Robson também conversa com a delegada de Trindade, Renata Viera, que foi afastada do cargo na última semana pela chefia. Apesar de ser amiga do líder religioso desde 2009, Renata foi a responsável por conduzir a investigação que envolvia o nome de Oliveira. "Eu vou levar um policial e um assessor armado. Vai ser na base do Faroeste Caboclo", afirma o clérigo. A defesa do religioso disse à Rede Globo que não reconhece a autenticidade dos áudios, os quais poderiam ter sido alterados por hackers. Em nota, a delegada Renata Vieira disse ao Fantástico que é amiga do Padre Robson desde 2009. Ela afirma também que presidiu investigação de eventual crime de extorsão em que o padre era vítima e que obedeceu às normas da lei. A defesa do Padre Robson, por sua vez, afirmou que os áudios são “frutos de montagens e adulterações feitas por pessoas inescrupulosas”. A presidência do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) afirma que não se pode presumir a ocorrência de irregularidades no julgamento de processos a partir de conversa mantida entre advogado e cliente.