Deolane Bezerra é suspeita de usar tática do PCC para lavar dinheiro; entenda prática

A advogada e influenciadora, junto de sua mãe, Solange, foram detidas no dia 4 de setembro e são investigadas pela Polícia Civil de Pernambuco.

A advogada e influenciadora Deolane Bezerra, junto com sua mãe, foram presas no dia 4 de setembro e são investigadas pela Polícia Civil de Pernambuco por integrarem uma organização criminosa envolvida com jogos ilegais e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação, o grupo utilizava o método conhecido como "smurfing" para movimentar os lucros provenientes de atividades ilícitas, revela o site Metrópoles. Essa técnica, também usada pelo Primeiro Comando da Capital (PCC), consiste em fracionar grandes quantias de dinheiro em pequenos depósitos, dificultando o rastreamento pelas autoridades financeiras.

De acordo com o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Deolane e outros envolvidos realizaram transações financeiras atípicas com 34 empresas e pessoas físicas, utilizando depósitos em dinheiro vivo e de forma fragmentada.

Como aponta o Metrópoles, no processo, há documentos que indicam "fundados indícios" da prática constante de lavagem de dinheiro pelos investigados ao longo dos últimos anos. O dinheiro ilícito foi "lavado" por meio da compra de imóveis, carros de luxo e loterias.

“As circunstâncias concretas dos fatos narrados como crime, evidenciam a periculosidade dos réus, que de acordo com as informações prestadas nos autos, formam um complexo esquema de conluio criminoso [organização criminosa] destinado à prática de crimes de lavagem de capitais, ocultação de bens, sonegação de impostos, referentes aos valores provenientes da exploração ilegal dos jogos de azar, promovendo, constituindo, financiando e integrando, pessoalmente e por interpostas pessoas e empresas, organização criminosa”, diz trecho de decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco.

A advogada e influenciadora Deolane Bezerra foi presa novamente na tarde da terça-feira, 10 de setembro, após descumprir medidas judiciais estabelecidas para que pudesse cumprir prisão domiciliar. As informações foram confirmadas pela Polícia Civil. 

A decisão de prender novamente a advogada ocorre porque ela violou uma ordem judicial assim que saiu do presídio. O desembargador Eduardo Guilliod Maranhão havia estipulado condições para sua liberação, incluindo a proibição de manifestações em redes sociais ou declarações à imprensa.

No entanto, ao deixar a prisão, Deolane conversou com jornalistas que aguardavam na entrada da unidade prisional, desrespeitando a restrição imposta.

Vale lembrar que a concessão da liberdade de Deolane Bezerra foi condicionada à instalação de uma tornozeleira eletrônica, conforme o artigo 318A do Código Penal, que é medida respaldada por um habeas corpus coletivo do Supremo Tribunal Federal (STF), de 2018, que permite substituir a prisão preventiva por domiciliar para gestantes, lactantes, mães de crianças de até 12 anos ou responsáveis por pessoas com deficiência.

Da redação do Portal com informações do Metrópoles.