Defesa

Alckmin: "O Brasil deve muito a Moraes e à sua firmeza na condução do processo eleitoral"

O vice-presidente também disse que o ministro possui um "absoluto rigor ético".

14 AGO 2024 • POR Everthon Santos • 15h06
Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.   Foto: Divulgação

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse na manhã desta quarta-feira, 14, que conhece o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), "há décadas" e que o magistrado possui um "absoluto rigor ético". O ministro foi secretário da Justiça no governo de Alckmin em São Paulo.

Após a revelação de que o gabinete de Alexandre de Moraes teria ordenado, através de mensagens e de maneira não oficial, a elaboração de relatórios pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para fundamentar decisões do ministro contra apoiadores de Bolsonaro no inquérito sobre fake news no STF durante e após as Eleições 2022, a oposição no Congresso já se articula para pedir o impeachment do magistrado.

"Por lei, o ministro do TSE é o ministro do Supremo. Isso é lei ", disse o vice-presidente, acrescentando que o Brasil "deve muito ao Alexandre de Moraes, à sua firmeza na condução do processo eleitoral".

Entenda o caso  

Dois personagens estão envolvidos no suposto uso do TSE pelo ministro Alexandre de Moraes para munir os inquéritos sob sua relatoria no STF, conforme revelado pela Folha de S Paulo. Um dos nomes que atuou na produção de relatórios a mando do magistrado é o perito computacional Eduardo Tagliaferro.

Segundo a reportagem, Tagliaferro era o responsável por escrever os relatórios do TSE que seriam usados por Moraes para expedir decisões contra aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O perito era provocado pelo juiz auxiliar do gabinete do ministro no STF, Airton Vieira, a reunir informações que poderiam ser usadas em decisões judiciais.

Tagliaffero foi nomeado por Alexandre de Moraes em agosto de 2022 para exercer o cargo de assessor-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão que era submetido à Presidência do TSE. O perito tem um longo histórico de trabalhos na iniciativa privada, mas foi só em 2017 que ele começou a prestar serviços de pericia computacional, grafotécnica e documentoscopia para o Poder Judiciário.

O perito é formado em engenharia civil e direito pela Universidade Paulista. Ele também é mestre em Inteligência Artificial pela Universidade Federal de Viçosa.