Opinião

ANJ afirma que bloqueio do X afeta o trabalho do jornalismo brasileiro

A Associação Nacional de Jornais que espera que a decisão de suspensão da rede e multa de R$ 50 mil para quem acesse a plataforma por meio de VPN seja revista por Moraes.

12 SET 2024 • POR Isabella Lopes • 18h21
Ministro do STF, Alexandre de Moraes e rede social X.   Foto: Arte/Portal de Prefeitura

A Associação Nacional de Jornais (ANJ) divulgou uma nota na quarta-feira, 11 de setembro, afirmando que o bloqueio do X (antigo Twitter) afeta o trabalho do jornalismo no País e que espera que a decisão de suspensão da rede e multa de R$ 50 mil para quem acesse a plataforma por meio de VPN seja revista pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

A entidade disse que diversos veículos e jornalistas têm relatado dificuldades no cumprimento de suas missões, já que sem acesso à plataforma "deixaram de ter acesso a visões, relatos e pensamentos diferentes". A ANJ acrescenta que uma das funções essenciais da imprensa é monitorar as redes sociais e confrontar declarações com fatos reais, para manter a população informada de maneira precisa. 

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"Uma das missões da imprensa é exatamente acompanhar o que se passa nas redes e fazer a devida verificação de versões e declarações, confrontando-as com fatos e dados reais.", diz a associação.

O X está bloqueado no Brasil desde 30 de agosto. Moraes ordenou que os serviços da rede social fossem suspensos após o empresário Elon Musk, dono da plataforma, ter se recusado a nomear um representante no País.

A determinação é válida até que o X designe uma pessoa física ou jurídica como porta-voz e pague multas por descumprimento de bloqueios de perfis. O valor passa de R$ 18 milhões. No começo de setembro, a Primeira Turma do STF manteve, por unanimidade, a suspensão da plataforma.

Moraes determina envio das explicações do X à PF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes estabelece o envio à Polícia Federal (PF) as explicações apresentadas pela rede social X., relacionadas ao uso da plataforma por perfis de investigados que haviam sido bloqueados por ordem judicial.

Moraes atendeu a solicitação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com o objetivo de que os peritos da corporação possam analisar os esclarecimentos e "avaliar sua verossimilhança". 

As informações foram prestadas no inquérito aberto no Supremo para apurar suposta obstrução de Justiça pelo bilionário Elon Musk, dono do X.

Segundo o X, os perfis bloqueados conseguiram acessar a plataforma após uma falha técnica. Além disso, segundo a PF, pelo menos seis perfis bloqueados puderam transmitir ao vivo para usuários brasileiros através do X. 

Segundo as informações, o recurso do X chamado "Spaces" estava sendo usado para "permitir que usuários brasileiros da plataforma possam interagir com pessoas que tiveram seus perfis bloqueados por decisão judicial". 

O inquérito contra Elon Musk foi iniciado por Alexandre de Moraes em 7 de abril. A investigação busca apurar possíveis crimes de obstrução à Justiça, organização criminosa e incitação ao crime. Msuk foi incluído também no inquérito das mílicias digitias após fazer ameaçãs de descumprir descisões judiciais e críticas à Justiça brasileira. 

Estadão Conteúdo