Partidos de esquerda estão ausente em mais da metade dos municípios brasileiros nestas eleições

A ausência representa o maior número em 20 anos.

Cerca 2.859 das 5.569 cidades pequenas, (51%), não têm um candidato a prefeito de esquerda nestas eleições municipais de 2024, sendo a menor presença em 20 anos. Já o melhor cenário eleitoral das siglas foi em 2012. A situação é mais acentuada no grupo de municípios com menos de 10.000 habitantes.

Das 2.466 destas cidade, 1.558 não emplacaram candidato a prefeito de esquerda. As informações são do Poder360, que realizou um levantamento sobre a relação de candidatos, a partir de dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Já em locais com mais de 200 mil habitantes, a presença de filiados a siglas esquerdistas resulta em 96% dos municípios. Das 103 cidades que terão segundo turno, apenas Parauapebas (PA) não corresponde no páreo aos partidos em questão.

As siglas em questão são: PT, PSB, PDT, PCO, Psol, PSTU, PCB, PC do B, UP, Rede e PV.

A proporção é significativamente maior do que a das cidades sem candidatos filiados a partidos de direita, que é de 21% do total.

Um dos motivos apontados para essa situação é o financeiro.

Segundo pesquisas recentes da Quaest, apenas o prefeito de Recife, João Campos (PSB) tem larga vantagem em possível 1º turno.

“Historicamente, a esquerda no Brasil se sai melhor em cidades grandes. É onde o discurso da esquerda consegue ser mais bem compreendido. Há dificuldades de comunicação de partidos de esquerda com eleitores de cidades menores, que têm mais influência de famílias tradicionais e conservadoras, da igreja e pouca sociedade civil autônoma organizada”, diz Eduardo Grin, da FGV.