Reclamação

Deputado chama Pacheco de "frouxo" e afirma que presidente do Senado quer "passar pano" para Moraes

O parlamentar disse respeitar "a instituição STF, porém ninguém está acima da Constituição". A declaração se deu quando o ato já estava esvaziado.

9 SET 2024 • POR Isabella Lopes • 18h30
Deputado chama Pacheco de "frouxo" e afirma que presidente do Senado quer "passar pano" para Moraes   Foto: Arte/Portal de Prefeitura

O deputado federal Delegado Caveira (PL-PA) disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve recusar o pedido de impeachment apresentado nesta segunda-feira, 9 setembro, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Por esse motivo, Caveira chamou Pacheco de "frouxo" e disse que ele quer "passar pano" para as atitudes de Moraes.

"Estive na entrega do pedido de impeachment de Alexandre Moraes ali com o presidente desta casa de leis (Rodrigo Pacheco). É uma conversa fiada, uma conversa mole que vocês vão ver nas redes sociais. O presidente desta Casa, frouxo como ele é, querendo passar manteiga no bigode de gato, passar pano. Pela conversa que ele teve, este pedido de impeachment deve ir para o lixo. Não podemos permitir", afirmou o parlamentar.

O deputado disse respeitar "a instituição STF, porém ninguém está acima da Constituição". A declaração se deu quando o ato já estava esvaziado.

Diversos parlamentares da oposição foram ao encontro com Pacheco, mas se retiraram à medida em que discursaram nos microfones posicionados em frente à presidência do Senado. No momento em que Caveira atacou o presidente do Senado e disse que ele descartaria o pedido, os principais líderes da oposição já não estavam mais presentes.

O pedido, feito a partir de um abaixo-assinado com mais de 1 milhão de assinaturas, foi protocolado nesta segunda-feira.

A tendência, como o próprio parlamentar da oposição e fontes da cúpula do Senado ouvidas pelo Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) avaliam, é que ele não tenha prosseguimento na Casa Alta do Congresso.

Estadão Conteúdo 

Bolsonaro pede impeachment de Moraes em ato   

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que espera "que o Senado bote um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador, que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luís Inácio Lula da Silva". Ele falou em ato na Avenida Paulista convocado neste 7 de setembro para pedir o impeachment do magistrado.

Bolsonaro também defendeu a aprovação de anistia para os presos pelos atos golpistas do 8 de janeiro e sugeriu que sua inelegibilidade por oito anos, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), seja revisada pelo Congresso. "Tenho certeza que essas duas acusações estapafúrdias, sem razão, sem materialidade, será mais cedo ou mais tarde conseguida por trabalho dentro do Congresso Nacional", disse o ex-presidente.

"Quem tem que escolher seus futuros chefes é o povo brasileiro, e não um ou outro ministro que temporariamente esteja à frente do TSE", complementou Bolsonaro.

Em discurso emocionado, ele também relembrou a facada que sofreu em 2018 e afirmou novamente que sua primeira eleição foi resultado de uma "falha no sistema" eleitoral. Bolsonaro atacou o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de conduzir as eleições de 2022 de maneira "parcial" e de "escolher seus alvos"

"Eles, para evitar que eu tivesse chance de voltar, decretaram a minha inelegibilidade. Uma das razões foi porque me reuni com embaixadores. Eu não me reuni com traficantes no Morro do Alemão, como o Lula fez. Esses inquéritos, que dali derivam outros, em cima de ditas petições, deram amplos poderes a Alexandre de Moraes, que escolheu seus alvos, incluindo meu filho Eduardo Bolsonaro. Isso foi ratificado nos áudios vazados na operação conhecida como Lava Toga", discursou Bolsonaro.