Despesas

Prejuízo dos Correios aumenta 84% e atinge R$ 1,3 bi no 1º semestre 2024

Embora a estatal tenha sido considerada para privatização durante o governo de Jair Bolsonaro, o projeto foi cancelado pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva.

9 SET 2024 • POR Portal de Prefeitura • 16h42
  Foto: Divulgação

Os Correios enfrentaram prejuízo novamente no segundo trimestre de 2024 e, se não houver uma reversão nos próximos meses, a empresa poderá encerrar o ano com perdas pelo terceiro ano consecutivo. A receita da estatal alcançou R$ 4,78 bilhões no período, apresentando uma leve queda de 0,5% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. No entanto, o prejuízo líquido aumentou 36%, saltando para R$ 553,2 milhões.

No acumulado do semestre, o prejuízo atingiu R$ 1,35 bilhão, um aumento de 84% em comparação com os R$ 735 milhões registrados no mesmo período de 2023. As demonstrações financeiras completas estão disponíveis no site oficial da empresa.

Os Correios, que mantêm o monopólio na entrega de cartas e correspondências no Brasil, enfrentam desafios crescentes devido à concorrência no setor de encomendas, impulsionado pelo crescimento do comércio eletrônico. Embora a estatal tenha sido considerada para privatização durante o governo de Jair Bolsonaro, o projeto foi cancelado pela administração de Luiz Inácio Lula da Silva, que busca fortalecer a empresa como uma entidade estratégica nacional e reverter o quadro financeiro.

No semestre, a receita com a entrega de cartas caiu 8%, totalizando R$ 2,28 bilhões, enquanto a receita com encomendas avançou 1,4%, somando R$ 4,64 bilhões. O segmento Internacional, responsável pela distribuição de pacotes internacionais, cresceu apenas 1%, totalizando R$ 2,1 bilhões, refletindo a desaceleração das compras no exterior após o aumento da taxação pelo programa Remessa Conforme do governo federal.

Lula e as privatização de empresas públicas

A privatização de empresas públicas que atuam em setores estratégicos representa riscos para o povo brasileiro e para a soberania do país, avaliou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (27), durante a visita ao Centro de Operações Espaciais Principal da Telebras (Cope-P). 

“Tem coisas que tem que ser inexoravelmente do Estado. É assim na Alemanha, na França e nos Estados Unidos. Muita gente foi levada nesse país pela famosa teoria de que tem de abrir o mercado para todo mundo; que o importante é o livre acesso ao comércio. Mas livre acesso ao comércio é quando é para vender o produto deles aqui dentro. Quando é pra gente vender lá fora o que produzimos aqui, a gente sabe a dificuldade que é”, argumentou o presidente.

No início do seu terceiro mandato, em 2023, Lula retirou a Telebras do conjunto de estatais que seriam privatizadas pelo governo de Jair Bolsonaro.

Para Lula, a Telebras tem papel fundamental no sentido de evitar o mau uso da Inteligência Artificial e dos dados da população brasileira.

“Então me diz: como é que um país que consegue ter uma empresa dessa qualidade resolve privatizá-la? Vamos doá-la para quem? Quem é que iria ficar com as informações que o Estado tem, e que somente o Estado tem de ter? São informações do povo brasileiro, desde a saúde até a educação”, acrescentou.

“Vamos fazer com que esta seja uma empresa a serviço do brasileiro; da nossa soberania; do nosso conhecimento tecnológico; da nossa inteligência artificial e do nosso banco de dados. Enfim, a serviço de prestar serviços ao povo brasileiro. Minha presença aqui é para reforçar essa ideia”, discursou Lula.

Segundo o presidente, faltou, a muitas das autoridades e governos, terem orgulho de ser brasileiro, para pensar um pouco naquilo que o Estado pode oferecer para o bem-estar e para a soberania da sociedade.

“Uma empresa como essa aqui é uma garantia de que a gente pode discutir inteligência artificial sem precisar ficar subordinado a apenas duas ou três nações que já estão à frente”, disse o presidente.

Agencia Brasil