Manifestação

Alunas de universidade acusam ministro Silvio Almeida assédio sexual em instituição

Segundo estudantes, quem se encontrasse com o professor ganhava notas melhores.

6 SET 2024 • POR Maria Carla Mazullo • 08h01
Ministro Silvio Almeida é acusado de assediar sexualmente alunas de universidade.   Foto: Divulgação.

Mais acusações de assédio sexual contra o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foram divulgadas, quinta-feira, 5 de setembro. Alunas da universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, ouviram relatos de colegas mulheres assediadas, ao menos entre os anos de 2007 e 2012.

Silvio diz que as acusações de assédio sexual publicadas contra ele fazem parte de uma "campanha" para afetar sua imagem enquanto "homem negro em posição de destaque no poder público". A manifestação foi em uma nota publicada no site do Ministério dos Direitos Humanos.

Segundo estudantes ouvidos pela coluna, o ministro, oferecia notas melhores para alunas que saíssem com ele.

Mais cedo nesta quinta-feira, o portal Metrópoles publicou reportagem sobre supostas acusações de assédio sexual praticado por Almeida inclusive contra a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se pronunciou.

"Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", disse Almeida. "Toda e qualquer denúncia deve ter materialidade. Entretanto, o que percebo são ilações absurdas com o único intuito de me prejudicar, apagar nossas lutas e histórias, e bloquear o nosso futuro. As falsas acusações, conforme definido no artigo 339 do Código Penal, configuram denunciação caluniosa. Tais difamações não encontrarão par com a realidade. De acordo com movimentos recentes, fica evidente que há uma campanha para afetar a minha imagem enquanto homem negro em posição de destaque no Poder Público, mas estas não terão sucesso. Isso comprova o caráter baixo e vil de setores sociais comprometidos com o atraso, a mentira e a tentativa de silenciar a voz do povo brasileiro, independentemente de visões partidárias", declarou o ministro dos Direitos Humanos.

Ele disse que pedirá investigações à Controladoria-Geral da União, ao Ministério da Justiça e à Procuradoria-Geral da República sobre o assunto.

"Toda e qualquer denúncia deve ser investigada com todo o rigor da Lei, mas para tanto é preciso que os fatos sejam expostos para serem apurados e processados. E não apenas baseados em mentiras, sem provas", afirma o texto. "Quaisquer distorções da realidade serão descobertas e receberão a devida responsabilização", declarou o ministro.

A ONG Me Too Brasil confirmou, mais cedo, que recebeu relatos casos de assédio sexual supostamente cometidos pelo ministro dos Direitos Humanos.

"Como ocorre frequentemente em casos de violência sexual envolvendo agressores em posições de poder, essas vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias. Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa", afirmou a organização.

 

Estadão Conteúdo