Polícia Civil investiga possível ligação entre Deolane Bezerra e o PCC, diz site

Um integrante do grupo criminoso foi preso em um dos imóveis da advogada no ano de 2021.

A Polícia Civil de São Paulo está conduzindo uma investigação para apurar possíveis conexões entre a influenciadora digital Deolane Bezerra, que foi recentemente presa no Recife, e o Primeiro Comando da Capital (PCC), a maior facção criminosa do Brasil. As informações são do SBT News.

A investigação ganhou força após a prisão de Everton de Souza, conhecido como "Gordão", um integrante do PCC, em um dos imóveis que pertencem a Deolane.

Everton, que também é chamado de "Caixeiro Viajante", foi detido em flagrante no ano de 2021, no bairro do Tatuapé, localizado na Zona Leste de São Paulo. Na ocasião, ele estava portando uma arma e comprimidos de anfetamina.

O inquérito, que está sendo conduzido em segredo de Justiça, procura determinar se a relação entre Deolane Bezerra e Everton vai além de uma simples transação de aluguel. Embora Everton tenha sido condenado por porte de arma, cumprido sua pena e liberado, ele continua a ser investigado devido a suas ligações diretas com Marcos Herbas Camacho, mais conhecido como "Marcola", que é o líder do PCC.

Deolane já esteve no radar da Polícia Civil de São Paulo anteriormente, sendo alvo de investigações relacionadas a suspeitas de envolvimento em esquemas de golpes financeiros e jogos ilegais online. Em 2022, uma operação resultou na apreensão de veículos de luxo pertencentes à influenciadora. No entanto, esses bens foram devolvidos após o arquivamento do inquérito.

Além das investigações em São Paulo, Deolane Bezerra também é alvo de apurações conduzidas pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Um inquérito foi aberto após a influenciadora publicar uma foto em que usava um colar supostamente pertencente a Thiago da Silva Folly, conhecido como "TH da Maré", um dos principais líderes do tráfico de drogas no Complexo da Maré.

A situação de Deolane se complica ainda mais com o envolvimento de sua irmã, Dayane Bezerra, que também está sob investigação das autoridades paulistas. Dayane é suspeita de estar lucrando com jogos de azar pela internet.

O SBT informou que entrou em contato com o advogado de Deolane e Dayane Bezerra, porém ainda não obteve resposta.

Deolane Bezerra passou a noite da quarta-feira, 4 de setembro, detida após a sua audiência de custódia ter sido adiada para esta quinta (5).

Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização de Pernambuco (Seap), "por se tratar de um caso de repercussão, a unidade prisional tomou as medidas cabíveis de segurança a fim de resguardar a integridade física da pessoa privada de liberdade, mantendo-a em cela reservada".

A advogada e influencer foi encaminhada à Colônia Penal Feminina do Recife, mais conhecida como Bom Pastor, após realizar exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).

Deolane foi presa em uma operação da Polícia Civil de Pernambuco contra uma organização criminosa voltada à prática de lavagem de dinheiro e jogos ilegais, no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

As investigações da operação "Integration" foram iniciadas em abril de 2023. Outros 18 mandados de prisão foram expedidos e 24 mandados de busca e apreensão no Recife, Campina Grande (PB), Barueri (SP), Cascavel (PR), Curitiba e Goiania.

A Polícia Civil também decretou o sequestro de bens, incluindo carros de luxo, imóveis, aeronaves e embarcações. Além de bloqueios de ativos financeiros no valor de mais de R$ 2,1 bilhões, foi preciso entregar passaporte, ter suspensão do porte de arma de fogo e cancelamento do registro de arma de fogo.,

As investigações contaram com a colaboração da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), e das polícias civis dos estados de São Paulo, Paraná, Paraíba e Goiás. Ao todo, 170 policiais estão envolvidos na operação.

Nascida em Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata do estado, a influenciadora está em Pernambuco e em 2022, Deolane foi alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil de São Paulo por suspeita de ter relação com a Betzord, empresa de apostas esportivas na internet. Na época, a Betzord era investigada por "crime contra a economia popular e associação criminosa".