Coluna

ARTIGO: A peste emocional contamina a população - Por Edinázio Vieira

"A forma como o mundo se transformou, criando padrões e regras através do sistema, o governo por meio de das leis alterou comportamentos que provavelmente influenciou o cérebro humano", escreve colunista.

2 SET 2024 • POR Fernanda Diniz • 18h05
Edinázio Vieira   Foto: Arte/Portal de Prefeitura

Faz mais ou menos 100 anos que Wilhelm Reich vaticinou que havia uma peste emocional que já poderia ser classificada como endemia. Em pleno século XXI, vivemos nesse desconforto. A classe médica, através de pesquisas e estudos científicos, classificou mais de trezentos transtornos mentais.


A forma como o mundo se transformou, criando padrões e regras através do sistema, o governo por meio de das leis alterou comportamentos que provavelmente influenciou o cérebro humano (jornada de trabalho, novas metodologias escolar e etc.), isso causou compulsões e hábitos repetitivos, formatando novos hábitos. 
Os desejos primários, tais como sede e fome, foram preservados, contudo, estão mascarados, pois junto com a fome veio o desejo por algum tipo de alimentação, essa sugestionada pela cultura ou pelo marketing industrial. Muitas pessoas substituem a fome pelo desejo de compra de alguns eletrônicos que estão na atualidade, como exemplo o iPhone. 


A revolução digital criou guetos nas redes sociais e formou comunidades para uma ilusão, onde a fantasia passou a ser objeto de consumo. A ciência mostra que a fome é detectada pelo cérebro, e aí é que mora o perigo. O humano passou a ter desejos e necessidades secundárias, sugestionada pelo novo sistema. As emoções ganharam novos capítulos, e o sistema límbico junto com as amígdalas cerebrais, passaram a interferir no todo e com influência do ambiente. Daí em diante, surgem pessoas conectadas com o virtual e intolerante com o mundo real, uma espécie de fuga coletiva. 


O aparecimento da irritabilidade é mais aguçada e provoca uma revolução interior que pode ter características e influência da captação de um mundo dualístico: a realidade e o virtual, isso provoca desequilíbrio e enveredamento para um novo mundo, que possibilita a entrada da peste emocional, o vírus da informação penetra no cérebro através dos lobos temporal e occipital, ou seja, todo esse lixo virtual é captado pelos ouvidos e pelos olhos.


O maquinamento humano cerceou vontades e desejos, e estimulou disputas entre classes, grupos e familiares, pois esses “humanoides” agem sem pensar. Há uma explosão turbinada pelo aumento do lixo psíquico que as pessoas estão expostas no trabalho, em casa e até no lazer. Esse vírus, ou peste emocional, está infectando as pessoas através do vácuo ou da falta da musculação emocional, seria mais ou menos uma compulsão entre o lobo temporal e o sistema cognitivo. A flacidez subjetiva provoca uma verdadeira revolução nas emoções, derivando, então, em vários transtornos. 


Recente pesquisa mostra que 40% dos médicos estão com problemas psiquiátrico e as demais categorias patinam. A modernidade centrou as suas apostas na produtividade e esqueceu de cuidar das pessoas. O resultado é o avanço dos variados tipos de transtornos mentais, nenhuma camada social está imune a essa endemia emocional. Qualquer pessoa que é provocada ou acionada, fora do padrão, que vive no modo “explode” é acionado, e as consequências são as mais variadas. A preocupação é a endemia e a falta de projetos das autoridades responsáveis pela saúde mental e a deficiência do quadro que cuida desses transtornos.
Existe vacina para COVID, sarampo e outras pestes; contudo, a peste emocional não há remédio. Os surtos podem ocorrer dentro da escola, no hospital ou dentro de casa. Médicos, bombeiros, donas de casas e governantes já estão surtando, perdendo o equilíbrio emocional. A história exibe os rei e rainhas loucos; hoje, os governantes escondem suas loucuras tomando os remédios de tarjas pretas ou "roxa". Quem será a próxima vítima?