Comentário

"Maduro deve arcar com as consequências de suas ações, assim como eu assumo as minhas", diz Lula

O presidente, em entrevista para à rádio MaisPB, que aconteceu nesta sexta-feira, 30 de agosto, falou sobre a situação e os resultados das eleições na Venezuela. 

30 AGO 2024 • POR Isabella Lopes • 13h55
Presidente Lula e Presidente da Venezuela Nicolás Maduro.   Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista para à rádio MaisPB, que aconteceu nesta sexta-feira, 30 de agosto, falou sobre a situação e os resultados das eleições na Venezuela. 

O Chefe do Executivo, comentou que o presidente Nicolás Maduro "tomou um decisão política" e que o presidente venezuelano terá que "arcar com as consequências de suas ações". 

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"Não sei exatamente o que Maduro fez, mas ele tomou uma decisão política sobre a situação na Venezuela e sobre como o Brasil se relaciona com as eleições venezuelanas", declarou Lula

Lula também destacou que não irá reconhecer a vitória de Maduro ou da oposição sem antes ver as provas oficiais do resultado das eleições que aconteceram no mês de julho. O presidente ressaltou que a Venezuela possui um comitê Nacional Eleitoral formado por representantes tanto do governo de Maduro e da oposição, e afirmou que a decisão deve passar por esse comitê antes de ser analisada pela Suprema Corte venezuelana. De acordo com Lula, teve uma falta de respeito a esse processo acaba levando  à rejeição dos resultados até que sua legitimidade seja comprovada. 

"Estamos exigindo provas. Maduro pode não gostar, mas é crucial convocar novas eleições", afirmou o presidente. "Maduro deve arcar com as consequências de suas ações, assim como eu assumo as minhas. Tenho plena consciência de que fiz o possível para ajudar", concluiu o Lula.

Vitória de Maduro 

A Suprema Corte da Venezuela ratificou nesta quinta-feira, 22 de agosto, as alegações do ditador Nicolás Maduro de que ele venceu as eleições presidenciais do mês passado. Segundo o tribunal, as contagens de votos publicadas online, mostrando que ele perdeu por uma grande margem, foram forjadas.

A presidente do tribunal, Caryslia Rodríguez, indicou que, após o comparecimento dos atores convocados e a coleta dos instrumentos eleitorais, os magistrados da câmara eleitoral do tribunal se certificaram.

"De forma irrestrita e inequívoca os resultados eleitorais. Podemos concluir que os boletins emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral são respaldados pelas folhas de apuração emitidas por cada uma das máquinas de votação", disse Rodríguez ao ler a sentença.

A decisão da Suprema Corte nesta quinta-feira veio em resposta a um pedido de Maduro para revisar os totais de votos da votação de 28 de julho, depois que a oposição publicou registros de votação online de 80% das cabines de votação, mostrando que o candidato da oposição Edmundo González Urrutia venceu por uma margem de mais de 2 para 1. González não participou da auditoria, fato observado pelos juízes que o acusaram de tentar espalhar o pânico.

A alta corte está repleta de partidários de Maduro e quase nunca se pronunciou contra o governo.