Em IPOJUCA, operação contra trabalho escravo resgata 73 pessoas em obras de condomínios de luxo

Os profissionais, que prestavam serviço para empresas do setor de construção civil, foram encontrados em alojamentos insalubres e superlotados.

Uma operação coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego resgatou 91 pessoas em situação análoga à escravidão em Pernambuco. Dentre elas, 73 trabalhavam na construção de condomínios de luxo nas praias de Porto de Galinhas, Muro Alto, em Ipojuca, e Carneiros, no município de Tamandaré, no Litoral Sul do estado. Em todo o Brasil, 593 pessoas foram resgatadas entre 19 de julho e 28 de agosto, em 15 estados.

Em Pernambuco, as autoridades realizaram inspeções em 11 empresas e oito alojamentos, resultando em 166 autos de infração. A estimativa é de que R$ 693 mil sejam pagos aos trabalhadores em verbas rescisórias. Segundo o Ministério do Trabalho, os nomes das empresas envolvidas não foram divulgados devido à continuidade das investigações.

Imagens capturadas durante a operação mostram as condições precárias dos alojamentos no Litoral Sul de Pernambuco. Os trabalhadores dormiam em colchões no chão, sem lençóis, e enfrentavam infiltrações nas paredes. Alguns colchões foram doados por vizinhos sensibilizados com a situação. Em certos locais, não havia água e, em outros, nem mesmo banheiro, contrastando com o que havia sido prometido aos trabalhadores.

A operação foi desencadeada a partir de monitoramento realizado pelo Ministério do Trabalho, além de denúncias recebidas. Entre os resgatados, 52 não possuíam qualquer registro de trabalho ou vínculo formal com as empresas.

Além das construções, a operação também resgatou 18 trabalhadores em uma clínica de reabilitação para dependentes químicos na Região Metropolitana do Recife. As empresas autuadas foram convocadas pelo Ministério Público do Trabalho para firmarem um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), sob pena de multa.

A operação em Pernambuco contou com a colaboração do Ministério Público do Trabalho, Ministério Público Federal e Polícia Rodoviária Federal, reforçando o combate a práticas de trabalho análogas à escravidão no estado.