Opinião

Nikolas Ferreira: 'Os artistas desistiram rápido de salvar a Amazônia'

De acordo com o deputado, o nível de preocupação sobre o tema são menores ao que foi observado durante o governo de Jair Bolsonaro.

26 AGO 2024 • POR Everthon Santos • 14h15
Nikolas Ferreira fala sobre queimadas.   Foto: Divulgação

Nesta quinta-feira, 23 de agosto, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) fez, em um artigo publicado no portal Gazeta do Povo, uma crítica aos artistas e ativistas ambientais que não estão comentando sobre as queimadas na Amazônia.

O parlamentar destacou que a região está enfrentando a pior temporada de incêndios dos últimos 17 anos, mas, segundo ele, a mobilização e o interesse demonstrados por figuras públicas e defensores do meio ambiente não têm sido proporcionais à gravidade da situação.

Nikolas Ferreira declarou que o "corredor de fumaça", originado pelas queimadas na Amazônia e no Pantanal, já se espalhou por 10 estados brasileiros, afetando o meio ambiente e a qualidade de vida de milhões de pessoas.

"O Greenpeace Brasil reuniu mais de 30 artistas para lançar a música Canção para a Amazônia, assinada por Carlos Rennó e Nando Reis. Vários artistas que participaram da ação, também fizeram campanha para Lula em 2022, claro. Porém todos eles seguem calados sobre o aumento das queimadas no Brasil", criticou.

De acordo com Nikolas, o nível de preocupação e a cobertura midiática sobre o tema são menores ao que foi observado durante o governo de Jair Bolsonaro.

Para o deputado, o silêncio dos artistas e ambientalistas sobre esse assunto é mais uma evidência de que o ativismo deles é seletivo e condicionado por afinidades políticas.

"Confirmando que a preocupação não era com a natureza e sim com o político de estimação. Desistiram rápido de 'salvar' a Amazônia", finalizou.

Queimadas

O Brasil está enfrentando um dos piores cenários de queimadas dos últimos anos, com a Amazônia, o Pantanal, Rondônia e até áreas da Bolívia em chamas.

Este fenômeno está contribuindo para uma densa camada de fumaça que está se espalhando por diversos estados e tem se intensificado por uma seca severa, que atinge mais de mil cidades brasileiras e agrava ainda mais a situação.

Desde o início do ano, a Amazônia registrou 59 mil focos de incêndio, um número que não era visto desde 2008. Somente em agosto, mais de 22 mil focos foram detectados na região, o que representa quase o dobro em comparação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados 12 mil focos.

A fumaça que está resultando as queimadas na Amazônia, combinada com incêndios em outras regiões como o Pantanal e Rondônia, está criando o que os especialistas chamam de "corredor de fumaça". Este fenômeno tem afetado estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, oeste do Paraná, partes de Minas Gerais, São Paulo e Amazonas.

A previsão meteorológica indica que o volume de fumaça pode aumentar ainda mais, à medida que uma frente fria se aproxima, trazendo ventos que espalharão a poluição por mais áreas do país.

A seca prolongada, que serve como combustível para os incêndios, é outra grande preocupação. Tradicionalmente, o período de estiagem no Brasil ocorre entre agosto e outubro, com o pico das queimadas acontecendo em setembro.

No entanto, este ano, a seca começou já em julho, o que os especialistas atribuem aos efeitos do El Niño, que tem causado um déficit hídrico e elevando as temperaturas.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais de 60% dos municípios na Amazônia estão atualmente em situação de seca, variando de severa a moderada. Este cenário torna a região vulnerável a novos focos de incêndio e à propagação das chamas existentes