Guerra Fria

EUA: Biden aprova estratégia nuclear secreta diante da expansão militar da China; diz jornal

O plano estratégico de Biden foi motivado pela previsão de que o arsenal nuclear da China poderá alcançar 1.000 ogivas até 2030 e 1.500 até 2035

22 AGO 2024 • POR • 17h34
EUA.   Foto: U.S. Department of State Wikimedia Commons

Na última terça-feira, 20 de agosto, o jornal The New York Times divulgou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, aprovou em março uma nova e altamente confidencial estratégia nuclear, que prioriza a rápida expansão do arsenal nuclear da China. Essa decisão reflete a crescente preocupação de Washington com a possibilidade de um ataque coordenado envolvendo China, Rússia e Coreia do Norte.

Segundo o The New York Times, o plano estratégico de Biden foi motivado pela previsão de que o arsenal nuclear da China poderá alcançar 1.000 ogivas até 2030 e 1.500 até 2035, números que se aproximam dos arsenais dos Estados Unidos e da Rússia. Essa aceleração significativa na expansão do poderio nuclear chinês representa uma mudança substancial na balança de poder global, forçando os EUA a reavaliar sua estratégia de dissuasão nuclear, que anteriormente estava centrada principalmente na Rússia.

O avanço do programa nuclear chinês, conforme relatado pelo jornal norte-americano, superou as previsões das autoridades dos EUA, com a China investindo em novas instalações de mísseis e ampliando consideravelmente seu arsenal. Esse crescimento expressivo levanta preocupações no governo dos EUA, que considera a China uma ameaça potencialmente tão grave quanto a Rússia.

Preocupação com Ataque Coordenado

Além da inquietação com a China, a nova estratégia de Biden também reflete o temor de um possível ataque nuclear coordenado envolvendo China, Rússia e Coreia do Norte. A crescente aproximação entre Moscou e Pequim, bem como a intensificação dos programas de mísseis norte-coreanos, são fatores que alimentam esses receios.

O documento altamente confidencial aprovado por Biden em março orienta as forças americanas a se prepararem para possíveis confrontos nucleares com esses três países. Essa preparação inclui uma revisão das capacidades militares dos EUA e a adaptação da estratégia de dissuasão para lidar com múltiplas ameaças simultâneas.

Mudança de Postura Estratégica

Essa nova diretriz representa uma mudança significativa na postura nuclear dos Estados Unidos, que por décadas concentrou-se quase exclusivamente na Rússia. Agora, com a ascensão da China como uma potência nuclear e a instabilidade na Coreia do Norte, Washington está ajustando sua estratégia para enfrentar um cenário global mais complexo e imprevisível. O Irã também continua a ser uma preocupação adicional.

O The New York Times sublinhou que o novo plano de Biden reflete a realidade geopolítica atual, onde a cooperação entre adversários nucleares, como China e Rússia, representa uma ameaça sem precedentes à segurança global.

O jornal também destacou que a nova estratégia permanece em grande parte secreta, com detalhes ainda não divulgados ao público ou ao Congresso, mas a preparação para esse novo cenário nuclear é claramente evidente e urgente.