Fogo

Amazônia tem pior temporada de queimadas em 17 anos; fumaça afeta 10 estados

Foram registrado 59 mil focos de incêndio, um número que não era visto desde 2008.

21 AGO 2024 • POR Everthon Santos • 16h35
Lula e Marina Silva.   Foto: Agência Brasil

O Brasil está enfrentando um dos piores cenários de queimadas dos últimos anos, com a Amazônia, o Pantanal, Rondônia e até áreas da Bolívia em chamas.

Este fenômeno está contribuindo para uma densa camada de fumaça que está se espalhando por diversos estados e tem se intensificado por uma seca severa, que atinge mais de mil cidades brasileiras e agrava ainda mais a situação.

Desde o início do ano, a Amazônia registrou 59 mil focos de incêndio, um número que não era visto desde 2008. Somente em agosto, mais de 22 mil focos foram detectados na região, o que representa quase o dobro em comparação ao mesmo período de 2022, quando foram contabilizados 12 mil focos.

A fumaça que está resultando as queimadas na Amazônia, combinada com incêndios em outras regiões como o Pantanal e Rondônia, está criando o que os especialistas chamam de "corredor de fumaça". Este fenômeno tem afetado estados como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, oeste do Paraná, partes de Minas Gerais, São Paulo e Amazonas.

A previsão meteorológica indica que o volume de fumaça pode aumentar ainda mais, à medida que uma frente fria se aproxima, trazendo ventos que espalharão a poluição por mais áreas do país.

A seca prolongada, que serve como combustível para os incêndios, é outra grande preocupação. Tradicionalmente, o período de estiagem no Brasil ocorre entre agosto e outubro, com o pico das queimadas acontecendo em setembro.

No entanto, este ano, a seca começou já em julho, o que os especialistas atribuem aos efeitos do El Niño, que tem causado um déficit hídrico e elevando as temperaturas.

De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), mais de 60% dos municípios na Amazônia estão atualmente em situação de seca, variando de severa a moderada. Este cenário torna a região vulnerável a novos focos de incêndio e à propagação das chamas existentes.