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Jornalista Ricardo Antunes é condenado a 7 anos de prisão por crimes de calúnia, injúria e difamação

O comunicador alega que a juíza que proferiu a sentença foi parcial e é suspeita para julgar o caso.

18 AGO 2024 • POR Everthon Santos • 10h57
Jornalista pernambucano Ricardo Antunes.   Foto: Reprodução

O jornalista Ricardo Antunes foi condenado a sete anos de prisão em regime fechado por crimes de calúnia, injúria e difamação, em sentença proferida pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJ-PE). Apesar da condenação, o comunicador poderá responder ao processo em liberdade.

A decisão judicial decorre de uma série de reportagens publicadas por Antunes em seu blog, onde ele denunciou um suposto esquema de corrupção relacionado ao São João de Caruaru, uma das mais tradicionais festas populares de Pernambuco. Nas matérias, o jornalista alega que a Justiça teria negado um pedido do Ministério Público para cancelar o Camarote Exclusive, organizado pela empresa Festa Cheia, devido à influência do empresário Augusto Acioli e do deputado federal Felipe Carreras (PSB).

A juíza Andrea Calado considerou que as acusações feitas por Ricardo Antunes foram levianas e desprovidas de provas concretas, o que culminou em sua condenação.

Vale lembrar que, em abril deste ano, a mesma juíza havia decretado sua prisão em razão de matérias publicadas contra o promotor Flávio Falcão, do Ministério Público de Pernambuco. Naquela ocasião, o jornalista se encontrava de férias na Espanha e só retornou ao Brasil após a revogação de sua ordem de prisão.

A defesa de Ricardo Antunes, liderada pelo advogado Paulo Sales, questiona a imparcialidade da juíza Andrea Calado no caso. O advogado argumenta que Andrea deveria ter se declarado suspeita para julgar o processo, uma vez que ela mesma registrou um boletim de ocorrência alegando ter sido ameaçada pelo jornalista. Essa alegação foi um dos pontos levantados pela Subseccional de Vitória de Santo Antão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que entrou com uma representação contra a juíza no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Para a defesa, a luta agora se concentra em recorrer da decisão, buscando anular a condenação ou, pelo menos, garantir que o processo seja reavaliado por um juiz que, na visão do advogado, possa atuar com imparcialidade.