PERNAMBUCO: POLICIAIS terão atendimento PSICOLÓGICO com programa 'Escuta Susp'

O Governo Estadual firmou um convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para participar da iniciativa aos profissionais da segurança pública.

O governo de Pernambuco firmou um convênio com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para participar do programa Escuta Susp, que oferece atendimento psicológico aos profissionais da segurança pública, com a nova plataforma de auxílio à saúde mental. A assinatura do convênio ocorreu na quarta-feira, 14 de agosto, durante uma conferência sobre Direitos Humanos e Segurança Pública no 18º Encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, realizado na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), localizada no bairro da Boa Vista, no centro do Recife. A informação vem da coluna de Raphael Guerra, do Jornal do Commercio.

Segundo aponta a coluna, Pernambuco é o quinto estado brasileiro a aderir ao programa, que foi lançado no final de maio deste ano em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), uma referência em prevenção ao suicídio. Além de Pernambuco, profissionais da segurança pública de Minas Gerais, Brasília, Rio Grande do Norte e Sergipe já estão sendo atendidos pelo programa.

"O Escuta Susp é uma oportunidade de cuidarmos da saúde mental das nossas forças policiais. As consultas começam a partir de hoje", reforçou o secretário nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo. 

Os policiais militares, civis, penais, membros do Corpo de Bombeiros e peritos de Pernambuco podem agendar consultas on-line gratuitamente através do site.

"O profissional pode fazer todo um acompanhamento psicológico, por meio desse programa que Pernambuco está fazendo a adesão. O profissional de segurança não é diferente de qualquer cidadão, ele não é um 'Super-Homem', ele passa por situações estressantes no dia a dia, e é importante que ele procure ajuda. Existe um preconceito que se você está procurando atendimento seria mais fraco, mas isso não tem nada a ver. Você é mais forte por entender que passa por um momento em que precisa de um apoio profissional. Isso é importante para o policial, para sua família e para a sociedade", afirmou Alessandro Carvalho, secretário de Defesa Social de Pernambuco. 

De acordo com dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp), 821 suicídios de policiais foram registrados no Brasil desde 2015, sendo 2023 o pior ano da série histórica, com 133 óbitos. O programa Escuta Susp tem um orçamento de R$ 6,4 milhões e prevê a realização de 65 mil atendimentos, além de oferecer cursos de suporte focados na prevenção ao suicídio, autocuidado, gestão humanizada e saúde mental para gestores. Também serão distribuídos materiais informativos em redes sociais, lives e conversas temáticas em grupo.

O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, que também participou da conferência, enfatizou em seu discurso a importância de integrar direitos humanos e segurança pública, destacando que ambos devem andar juntos para garantir o bem-estar dos profissionais da área.

"Só há política de segurança pública quando há respeito aos direitos humanos. A ausência de políticas de direitos humanos tem se voltado contra os profissionais de segurança. Mas também é preciso garantir as condições dignas para os policiais. Tenho visto desde aquilo ao que os policiais são submetidos, com escalas pesadas, os problemas de saúde mental, as condições precárias de trabalho. Segurança pública sem direitos humanos é barbárie, e direitos humanos sem segurança pública são um moralismo barato. Precisamos unir ambos em um debate e levar isso a nível nacional", afirmou o ministro. 

Da redação do Portal com informações da coluna de Segurança, do Jornal do Commercio.