PARIS 2024: Rayssa Leal conquista medalha de bronze no skate street
A brasileira de 16 anos passou a maior parte da disputa fora das três primeiras posições, mas uma manobra incrível na última tentativa a levou ao pódio.
28 JUL 2024 • POR • 13h43O talento das skatistas japonesas se colocou no caminho do fenômeno Rayssa Leal em sua busca pela segunda medalha olímpica, durante as finais da modalidade street nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, mas não a impediu de subir ao pódio novamente.
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Igualmente talentosa e de estilo inconfundível, a brasileira de 16 anos passou a maior parte da disputa fora das três primeiras posições, mas uma manobra incrível na última tentativa a levou a conquistar bronze.
O ouro e a prata ficaram com o Japão. Coco Yoshizawa teve a maior nota da história do skate na Olimpíada, feito que era de Rayssa Leal, ao anotar 96,49 e foi a primeira colocada com pontuação total de 272,75, seguida pela compatriota Liz Akama, que ficou com 265,95. Já a skatista do Brasil teve 253,37 com somatório final.
Primeira mulher campeã da Liga Mundial de Street e ícone da modalidade, a brasileira Letícia Bufoni foi para pista, sem skate, em uma breve cerimônia para decretar aberta a final. Antes disso, participava das transmissão da Rede Globo como repórter, ao mesmo tempo em que dava dicas para Rayssa, de quem é muito próxima.
A maranhense de 16 anos veio de uma campanha de recuperação desde as semifinais. Depois de notas mais baixas que o esperado na etapa de voltas, recuperou-se na etapa de manobras, inclusive cravando a nota mais alta até então da história das olimpíadas, um 92,68, para chegar à decisão.
A disputa do skate olímpico funciona da seguinte forma: as competidoras correm duas voltas de 45 minutos e apenas a mais alta conta; depois, são cinco tentativas de manobras, das quais são validadas as duas mais altas.
Na final, a volta inicial de Rayssa Leal foi consistente. Como de costume, ela explorou muito bem suas variações de manobras nos corrimões. Embora tenha cometido um erro no começo, se recuperou e fechou a apresentação por cima dos dez degraus da escadaria mais longa da pista para cravar nota 71,66. Em seguida, observou a australiana Chloe Covell quase alcançá-la, com 70,33. Última na ordem da pista, a japonesa Coco Yoshizawa, melhor skatista das semifinais, foi a única a ultrapassar a brasileira, ao anotar 85,02.
Mais erros foram cometidos por Rayssa na segunda volta do que na primeira. Ela abriu a disputa errando a tentativa de um flip e também quando tentou encaixar manobra no corrimão após giro 360. Dessa forma, fechou apenas com um 34,70, nota descartada, portanto foi para a etapa das manobras únicas com 71,66 pontos. À frente dela, ficaram o trio japonês Liz Akama (89,26), Coco Yoshizawa (86,80) Funa Nakayama (79,77) e a americana Paige Heyn (76,41).
O início da disputa de manobras únicas foi de muitas quedas, inclusive para Rayssa, que errou a manobra e não pontuou. Ao fim da primeira rodada, apenas Akama (92,62), Chenxi (86,98) e Poe Pison (87,73) pontuaram.
A brasileira aparentou um pouco de nervosismo, mas conseguiu se recompor na segunda rodada para mostrar o foco e estilo de sempre. Foi assim que veio um flip para deslizar no corrimão rumo aos 92,88, a maior nota do dia, superando os 92,68 conquistados por ela mesma na semifinal. Mesmo assim, terminou a rodada em quinto lugar da classificação geral.
A excelente avaliação de Rayssa foi seguida por um novo erro, na terceira tentativa, zerando novamente. O mesmo se repetiu na quarta manobra, o que a fez chegar na última tentativa em quinto lugar, mas ainda com chances de conseguir subir ao pódio.
A situação se complicou, quando na mesma rodada, Coco Yoshizawa fez 96,49, superando a brasileira como dona da maior nota da história. Ainda em quinto na classificação geral, Rayssa foi para a última tentativa. Chamou a torcida, que gritou enlouquecidamente e a viu deslizar pelo corrimão, após um flip, para obter 88,33. Assim, subiu para terceiro lugar e de lá não foi mais retirada.
Estadão Conteúdo