Inquérito

PGR denuncia trio brasileiro acusado de hostilizar ministro Moraes em aeroporto de Roma

De acordo com os autos, Mantovani Filho responderá pelos crimes de calúnia, injúria e injúria real. Já a mulher dele e o genro por calúnia e injúria.

17 JUL 2024 • POR • 10h19
Trio brasileiro, empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa, Andréia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou na terça-feira, 16 de julho, o empresário Roberto Mantovani Filho, a mulher dele, Renata Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta Bignotto, no inquérito sobre as hostilidades ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no Aeroporto Fiumicino, de Roma.

De acordo com os autos, Mantovani Filho responderá pelos crimes de calúnia, injúria e injúria real. Já a mulher dele e o genro por calúnia e injúria. Em julho de 2023, os três encontraram Moraes no aeroporto e teriam dito que o ministro fraudou as eleições de 2022 para beneficiar Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

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Mantovani Filho também teria dado um tapa no rosto no filho de Moraes e, por isso, responderá por um crime a mais. Em depoimento à PF, Moraes afirmou que foi chamado de "bandido, comprado e fraudador de urnas".

Em fevereiro deste ano, o delegado da Polícia Federal Hiroshi de Araújo Sakaki deu o caso por encerrado e não pediu o indiciamento da família com a justificativa de que não foi possível cravar se houve troca de ofensas, já que as imagens das câmeras do aeroporto não têm som.

O delegado reconheceu que Mantovani bateu no rosto do filho de Alexandre de Moraes, mas também não indiciou o empresário, por ser um crime de menor potencial ofensivo e cometido fora do País.

Pedido da PGR

Depois que a PF apresentou o relatório final da investigação, a PGR pediu um novo interrogatório de Mantovani para saber se ele manipulou o vídeo e espalhou uma versão editada no WhatsApp. Na prática, o pedido reabriu o inquérito.

Hiroshi Sakaki então pediu para deixar o caso, que foi redistribuído ao delegado Thiago Severo de Rezende, coordenador de contrainteligência da PF. É ele quem assina o parecer enviado nesta segunda ao STF.

Thiago Rezende afirmou que, mesmo que o áudio das filmagens não esteja disponível, "todas as circunstâncias que envolvem o fato vão de encontro com a versão apresentada pelos agressores".

Veja nota da defesa na íntegra

“Fruto de uma investigação arbitrária, marcada por abusivas e reiteradas ilegalidades, e que merecia o arquivamento sugerido pelo próprio Delegado da Polícia Federal que a presidiu, percebe-se que o caso teve grande revés, o que não surpreende mais. Era esperada a denúncia ofertada. Nesses exatos termos: parcial, tendenciosa e equivocada sob inúmeros aspectos, inclusive técnicos. Caso ela seja recebida, e com isso se inicie uma ação penal, a defesa finalmente terá cópia das imagens do aeroporto de Roma, sonegadas até então. Com elas a verdade será restabelecida e tudo será devidamente esclarecido, alcançando-se a almejada Justiça”.

Estadão Conteúdo