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"ABIN PARALELA": Policial e MILITAR do Exército sugeriram "TIRO na cabeça" de MORAES, diz PF

A conversa consta no inquérito que embasou a prisão da dupla e de outros acusados durante a nova fase da operação que investiga o caso, realizada nesta quinta-feira, 11 de julho.

11 JUL 2024 • POR • 19h59
Ministro Alexrande de Moraes.

A Polícia Federal identificou uma conversa entre dois investigados no caso da "Abin paralela" na qual um policial e um militar do Exército afirmam que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, merecia "algo a mais": um "head shot". A expressão, que significa "tiro na cabeça", é comumente usada por jogadores de jogos de tiro.

O diálogo ocorreu entre o agente da PF, Marcelo Araújo Bormevet, e o militar do Exército, Giancarlo Gomes Rodrigues.

Esta conversa consta no inquérito da PF que embasou a prisão da dupla e de outros acusados durante a nova fase da operação que investiga o caso, realizada nesta quinta-feira (11).

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Bormevet foi chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) durante a gestão do atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Abin, enquanto Giancarlo foi seu subordinado.

Os comentários foram feitos após Moraes, em agosto de 2021, afastar o delegado da PF Victor Neves Feitosa Campo de um inquérito sobre um suposto ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), após o vazamento de informações sigilosas das investigações.

“Tá ficando foda isso. Esse careca tá merecendo algo a mais (sic)”, disse Giancarlo, de acordo com a transcrição da conversa divulgada.

Bormevet respondeu: “Só 7.62 (sic)”, em referência a um fuzil.

Giancarlo, então, complementou: “Head shot”. A expressão significa “tiro na cabeça”.

Moraes é o relator da investigação sobre a "Abin paralela", que apura o suposto uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência para monitoramento e espionagem de desafetos e opositores do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Ao determinar a prisão dos investigados, Moraes rejeitou um parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) e baseou sua decisão em um relatório da PF.

Segundo a PF, Giancarlo e Bormevet "foram intimados para prestar esclarecimentos sobre os fatos", mas não compareceram às oitivas.