'Se hoje não estamos VELANDO alguém é pela mão de Deus', diz médico do FORTALEZA sobre ATAQUE a ÔNIBUS

O Diretor do Departamento de Performance do Fortaleza, o médico Cláudio Maurício, deu uma entrevista exclusiva à TV Verdes Mares, no Ceará, e disse que a vida dos atletas atingidos durante o atentado ao ônibus da equipe ficou por segundos.

"Não tenho dúvidas de que não estamos hoje velando alguém por segundos ou pela mão de Deus. Porque muitas das lesões poderiam ser fatais por centímetros", disse o médico.

Cláudio também confirmou que os ataques causaram, pelo menos, 1200 lesões nos atletas que foram atingidos.

"Nós estamos falando de seis atletas periciados. Dos seis, eu acompanhei pelo menos 1.200 lesões nesses atletas. A natureza das lesões fala por si só. Temos lesões contusas, perfurantes, queimaduras de segundo grau, lesões com deformidade definitiva. Temos lesões que não vão se apagar mais, que são cicatrizes definitivas", relatou.

A situação mais critica é a do lateral-esquerdo argentino, Gonzalo Escobar. O médico do Fortaleza disse que a situação do jogador é de dar "dó".

"A situação do Escobar é de dar dó, o que ele está passando nesses primeiros dias. No primeiro momento ele não tinha condição nem de ir ao hospital mais especializado. Ele foi para o hospital mais próximo e deu entrada na UTI até recobrar a consciência e poder ter os primeiros cuidados", completou o médico.

O atleta falou pela primeira vez desde o atentado e disse que volta em breve.

"Primeiro, quero que minha família e amigos saibam que estou bem. Obrigado a todas as pessoas que se preocuparam e me escreveram, e eu mando forças e oro por toda a equipe. Agora em casa é mais tranquilo contar, felizmente não teve tragédia. Estou aqui com 13 pontos no rosto e mais umas manchas, logo voltarei a lutar", disse o jogador.

Relembro o que aconteceu:

O ônibus que carregava a delegação do Fortaleza foi alvo de pedras e bombas, por torcedores do Sport, na madrugada desta quinta-feira, 22 de fevereiro, quando deixava a Arena Pernambuco, na região metropolitana do Recife.

Na ocasião, o tricolor do pici havia empatado com o rubro-negro pernambucano em 1×1, pela Copa do Nordeste.

Seis jogadores foram feridos no ataque e precisaram ser hospitalizados, de acordo com o clube cearense.