Opinião

BOLSONARO SOBRE 8/1: 'Não foi GOLPE, foi uma armadilha da ESQUERDA'

6 JAN 2024 • POR • 16h24

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou na sexta-feira, 5 de janeiro, que os atos de 8/1 de 2023 não foi uma tentativa de golpe de estado, mas sim uma "armadilha" da esquerda, durante entrevista à CNN Brasil.

O ex-chefe do Executivo condenou as invasões aos prédios dos Três Poderes, mas disse que seus apoiadores não fariam esse tipo de vandalismo.

“Nós temos a certeza de que aquilo foi uma armadilha por parte da esquerda. Infelizmente, não foi para frente a investigação. Nem o próprio general G. Dias fez parte do corpo final da CPMI. Então, a CPMI não serviu para absolutamente quase nada. Lamentável. Não é do pessoal que nos segue, que nos acompanha, pessoal bolsonarista, pessoas de direita, pessoal conservador nunca foi de fazer isso aí.”

Bolsonaro também questionou sobre a insinuação de tentativa de golpe comentando sobre as pessoas que particiram.

“Para haver a tentativa [de golpe], tinha que ter uma pessoa à frente. Tudo que foi apurado não levantou nome algum. São suposições. Quem vai dar golpe com velhinhos, com pessoas idosas com bíblia debaixo do braço, com a bandeira na outra mão, com pessoas do povo, com vendedor de algodão-doce, com motorista de Uber, com menor de idade, com criança? Quem vai dar um golpe nesse sentido? E outra: foi em um domingo.”

No fim, o ex-presidente criticou a severidade das penas dos condenados pelos atos, comparando com sentenças de traficantes de drogas.

“Um golpe é contra um chefe de Estado, não é contra um ministro do Supremo, presidente da Câmara ou do Senado. É contra o chefe de Estado, que naquela manhã já havia ido para Araraquara — avisado por alguém do problema que ia ocorrer — e foi para Araraquara se encontrar com o prefeito do município. Lamentamos também as punições altíssimas que as pessoas sofreram. Até porque são culpadas, segundo o relator do STF, de uma tentativa armada, de mudar o estado democrático de direito. E nenhuma arma foi encontrada. (…) Nem traficante fica 17 anos de prisão”, completou o ex-presidente.

Oposição critica ato de Lula

A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado divulgou anteontem à noite um manifesto contra o ato Democracia Inabalada, organizado pelo Palácio do Planalto com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo do ato é marcar um ano do 8 de Janeiro.

O documento encabeçado por Rogério Marinho (PL-RN), líder da oposição, critica “o abuso de poderes” do STF e prega a “volta à normalidade democrática”.

O manifesto é assinado por 30 senadores, entre líderes do PL, PP, Republicanos, PSDB e Novo, além de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e Sérgio Moro (União Brasil-PR).

Eles condenam “vigorosamente os atos de violência e a depredação dos prédios públicos ocorridos no dia 8 de janeiro” e endossam as palavras do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, em entrevista em 23 de novembro, afirmou que “nenhuma instituição tem o monopólio da defesa da democracia no Brasil”.