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O relatório mostra que em abril a região metropolitana do Recife viu o número de adolescentes vítimas da violência triplicar
09 de maio de 2024 às 15:15 - Atualizado às 15:47
Suspeita é que Gabriel tenha sido morto por curtir, nas redes sociais, a foto da namorada do suspeito - Suspeita é que Gabriel tenha sido morto por curtir, nas redes sociais, a foto da namorada do suspeito -
O relatório mensal do Instituto Fogo Cruzado mostra que em abril a região metropolitana do Recife viu o número de adolescentes vítimas da violência armada triplicar.
Ao todo, 15 jovens entre 12 e 17 anos foram baleados no mês: 10 morreram e cinco ficaram feridos. Em 2023, nesse mesmo período, cinco adolescentes foram baleados e morreram. Em média, foi como se a cada dois dias um adolescente tivesse sido baleado na Grande Recife no último mês.
O número de adolescentes baleados em abril também é superior ao registrado nos meses anteriores. Em janeiro deste ano, 11 adolescentes foram baleados, em fevereiro, 13; e em março, 11. Ao todo, já são 50 adolescentes baleados nos primeiros quatro meses do ano.
“Que futuro é possível quando os mais jovens vêm sendo, sistematicamente, vitimados pela violência armada? Essa é a pergunta que fica quando olhamos para os dados apresentados por nosso relatório. Outras perguntas devem ser feitas: o que o estado tem feito em relação a isso? Que estratégias urgentes serão aprovadas para proteger a vida dos adolescentes pernambucanos? Como sempre falamos, dados sobre a violência são importantes para conhecermos o problema, porém, infelizmente esse problema não é novo. Não é mais aceitável que essas vidas sejam interrompidas de forma tão precoce e violenta sem que nada seja feito”, avalia Ana Maria Franca, coordenadora do Instituto Fogo Cruzado em Pernambuco
Para Ana Maria Franca , este é um dado sensível e novo para o Instituto. “São pessoas que não sabem ao certo como morreram e nem a motivação de suas mortes. Essa falta de informação dificulta também a elaboração de políticas públicas para a prevenção da violência. Só o que temos certeza é de que quanto mais armas circulando nas mãos de cidadãos, maiores os riscos”, finaliza.
O Fogo Cruzado é um Instituto que utiliza tecnologia para produzir e divulgar dados abertos e colaborativos sobre violência armada, fortalecendo a democracia através da transformação social e da preservação da vida.
Com uma metodologia própria e inovadora, o laboratório de dados da instituição produz mais de 50 indicadores inéditos sobre violência nas regiões metropolitanas do Rio, do Recife, de Salvador e de Belém.
Através de um aplicativo de celular, o Fogo Cruzado obtém e disponibiliza informações sobre tiroteios, verificados em tempo real, que são o único banco de dados aberto sobre violência armada da América Latina, que pode ser acessado gratuitamente pela API do Instituto.
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