15 de março de 2025 às 11:36 - Atualizado às 12:03
José Ferreira Campos. Foto: Cortesia. Arte: Portal de Prefeitura
José Ferreira Campos, homem conhecido como Zé Pequeno, faleceu na última quinta-feira, 14 de março, aos 114 anos, no Hospital Municipal José Pinto Saraiva, em Exu, no Sertão do Araripe pernambucano. Natural do Crato, no Ceará, o agricultor era reconhecido pelo temperamento tranquilo e sociável. Sua trajetória marcou a região, onde deixou 28 filhos e mais de 200 netos e trinetos.
Na semana anterior à sua morte, Zé Pequeno deu entrada no hospital com um quadro de infecção urinária. Após receber alta, sofreu uma queda de pressão e precisou permanecer na unidade. Segundo seu filho, o professor Ronaldo Ferreira, os médicos optaram por manter a internação e instalar uma sonda.
“No fim da tarde, ele fechou os olhos e Deus levou. Não li os documentos, mas acho que foi a idade”, disse Ronaldo.
Apesar da idade avançada, Zé Pequeno se manteve ativo por quase toda a vida. Trabalhou como agricultor até os 99 anos, quando a família decidiu que ele deveria parar.
“Ele ficava lá na roça e a gente precisava levar café, almoço, tudo. Um dia, voltando, caiu e cortou a cabeça. Não deixamos mais ele ir trabalhar. Acho que foi o momento mais difícil da vida dele”, lembrou Ronaldo.
Sem doenças crônicas, ele usava apenas remédios para controlar a pressão. Também mantinha uma alimentação natural, evitando comida requentada, carne congelada e produtos industrializados. Nos últimos anos, desenvolveu o gosto por picolé e pipoca, que, além de um prazer, servia como uma forma de fisioterapia para movimentar as mãos.
Um ano mais velho que Luiz Gonzaga, Zé Pequeno atravessou momentos marcantes da história. Durante sua vida, testemunhou o início da República, dois golpes militares, o nascimento da democracia, duas guerras mundiais, 26 Jogos Olímpicos e dez papados.
Apesar da idade, gostava de se manter informado.
“Ele gostava de ouvir rádio, mas não de televisão. Brigava quando a gente assistia e dizia que não era coisa de Deus”, contou Ronaldo.
Católico e devoto de Padre Cícero, Zé Pequeno rezava dois terços por dia e participava das Festas de Renovação, celebrações religiosas tradicionais na região. Seu aniversário, no dia 3 de janeiro, coincidia com o Dia do Sagrado Coração de Jesus, data de grande importância para ele.
“Ele adorava gente, festa e sempre tomava um vinhozinho”, disse Ronaldo.
Referência no distrito de Viração, onde morava, Zé Pequeno era conhecido pelo carinho e respeito que despertava em todos ao seu redor. Mantinha a porta sempre aberta para receber amigos e admiradores, que frequentemente o visitavam para conversar e tirar fotos.
“Ele era muito grato. Se alguém fizesse algo bom para ele, podia errar depois, que ele continuava grato. Só via o lado bom das coisas”, emocionou-se Ronaldo.
Seu legado permanece na memória da família e da comunidade.
“A gente é pobre e ele sempre trabalhou com humildade. O que levo dele é a gratidão pela vida e a vontade de viver”, concluiu o filho.
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