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Calor intenso no trabalho pode afetar saúde a curto e longo prazo

Somente nos dois primeiros meses do ano, mais de 5 mil pessoas já procuraram atendimento médico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS).

04 de março de 2025 às 08:51   - Atualizado às 09:02

Calor

Calor Reprodução/Internet

Hidratação constante e toalha úmida por perto, recomenda a pesquisadora Tatiane Cristina Moraes de Sousa para enfrentar o calor intenso.

Professora do Departamento de Epidemiologia do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), alerta para os impactos a curto e longo prazo na saúde. O impacto é em razão da alta das temperaturas registradas na cidade do Rio de Janeiro.

Calor excessivo

Somente nos dois primeiros meses do ano, mais de 5 mil pessoas já procuraram atendimento médico em unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). De acordo com a pesquisa, o motivo é em razão do calor excessivo, conforme dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-RJ).

Como efeitos imediatos da exposição ao calor, a pesquisadora cita sinais de exaustão e insolação. Ou seja, que, em casos mais graves ou quando não há tratamento adequado, podem provocar complicações em órgãos vitais.

“A pessoa pode ter desmaios, náuseas, diferentes sinais e sintomas que mostram que ela está se encaminhando para uma insolação. O risco final, que pode acontecer de imediato dependendo das condições, é a pessoa vir a óbito”, comenta, relembrando o caso da universitária Ana Clara Benevides Machado, que morreu devido à exaustão causada pelo calor durante um show da cantora Taylor Swift no Rio de Janeiro em 2023.

Além dos efeitos diretos da exposição ao sol, principalmente em dias de temperatura e sensação térmica elevadas, Sousa aponta para os efeitos a longo prazo. À Agência Brasil, a professora explica que a exposição ao calor intenso faz com que se exija mais esforço do organismo para se regular.

“Nosso sistema cardiovascular e nosso sistema renal estão se esforçando mais para o nosso corpo voltar à temperatura em que o organismo funciona melhor, em torno de 37ºC, então, se expormos o nosso corpo a esse esforço por um longo período, também aumentamos a chance de aparecerem doenças crônicas”, diz.

Apesar das temperaturas recordes registradas na capital fluminense — na segunda-feira (17), a cidade atingiu máxima de 44ºC, maior temperatura desde 2024.

Conforme a pesquisadora, ela avalia que o calor excessivo não é um desafio apenas da cidade do Rio de Janeiro, mas um problema que precisa ser repensado por diferentes sistemas de gestão pública e pela sociedade.

“Hidratação, por exemplo, é essencial. A prefeitura municipal [do Rio de Janeiro] disponibilizou pela cidade diferentes pontos de hidratação gratuita, mas sabemos que interromper ou evitar essa exposição no horário de 11h às 15h é ideal", reflete.

Profissionais mais afetados

Segundo Sousa, os profissionais mais afetados são aqueles com vínculos informais de trabalho, especialmente entregadores e vendedores ambulantes, que dependem dos horários de maior movimento.

“Como você vai garantir que esse vendedor não trabalhe nos horários de pico, se no carnaval, por exemplo, é o momento em que eles mais ganham?”, questiona.

Além da atividade desenvolvida, outro fator importante para compreender a situação de vulnerabilidade a que os trabalhadores estão submetidos é a idade. Entretanto, já que idosos, assim como crianças, são mais suscetíveis a problemas em decorrência do calor intenso.

Muitos desses trabalhadores informais, avalia a pesquisadora, também apresentam quadros de hipertensão, diabete, doenças renais e cardíacas, que contribuem para uma situação de mal-estar.

Trabalhadores expostos ao sol por um longo período

Pensando, sobretudo, nos trabalhadores informais expostos ao sol por um longo período, a pesquisadora recomenda buscar áreas cobertas e ventiladas. A recomendação também é usar chapéus o tempo inteiro e reconhecer o momento de encerrar a atividade para buscar ajuda.

“Essa é uma coisa que o poder público vai ter que intensificar, é o acesso ao socorro, à assistência, o cuidado durante esse período”, explica a professora.

Outra recomendação que Sousa faz é sempre refrescar o corpo com água ou uma toalha molhada. Para ela, essas ações, no entanto, não podem ser restritas ao início deste ano:

“Faltam ações concretas, mas isso não pode parar agora porque estamos no verão. São planejamentos, revisões que temos que ter para o próximo verão, para outros períodos que não imaginávamos que fossem ser tão quentes, mas serão”.

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