01 de outubro de 2024 às 15:07 - Atualizado às 15:07
Mísseis que o Irã lançou contra Israel. Foto: Reprodução/CNN
O Irã iniciou o ataque com mísseis balísticos contra Israel na tarde desta terça-feira, 1 de outubro, segundo informações das Forças de Defesa de Israel (FDI). Os israelenses ouviram sirenes em diversas partes do país, incluindo Tel-Aviv e Jerusalém, as duas principais cidades de Israel.
Explosões estrondosas foram ouvidas nos céus acima de Tel Aviv, e flashes de luz do sistema de defesa Domo de Ferro eram visíveis, segundo o jornal americano The New York Times. Segundo a mídia israelense, mais de 100 mísseis foram lançados no ataque iraniano. De acordo com o Exército de Israel, o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel.
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O Exército de Israel afirmou que os mísseis seguem caindo em território israelense. As Forças de Defesa de Israel (FDI) destacou que as explosões ouvidas em todo o país são interceptações ou impactos dos mísseis iranianos. Não há registros de mortos ou feridos.
A Guarda Revolucionária do Irã afirmou em um comunicado que o Irã lançou mísseis balísticos contra Israel em resposta as mortes de diversos líderes do Hezbollah, incluindo o chefe do grupo, Hassan Nasrallah. Teerã apontou que lançaria novos ataques se o Irã fosse atacado.
Autoridades americanas haviam apontado na manhã desta terça que Teerã iria atacar o território israelense nas próximas horas. A autoridade, que falou sob condição de anonimato para discutir o assunto, disse que os EUA estão apoiando ativamente os preparativos defensivos israelenses.
O ataque iraniano ocorre em um momento em que as autoridades israelenses aumentaram as restrições de circulação em Jerusalém e Tel-Aviv. O governo israelense pediu que os moradores de Tel-Aviv se protejam nas próximas horas.
Funcionários do Pentágono apontaram que estão acompanhando os ataques iranianos e acreditam que nenhuma base americana no Oriente Médio deve ser atingida pelos mísseis de Teerã.
Espaço aéreo israelense é fechado
Autoridades aeroportuárias de Israel afirmaram que o espaço aéreo do país estava fechado e os voos foram redirecionados para destinos alternativos fora do território israelense.
Operação terrestre no Líbano
Na segunda-feira, 30, as Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmam que soldados israelenses cruzaram a fronteira com o Líbano com o objetivo de destruir a infraestrutura da milícia xiita radical libanesa Hezbollah.
O Exército disse que um contingente de 10 mil soldados está participando de operações "limitadas" dentro do Líbano. Segundo Tel-Aviv, Israel optou por operações terrestres no país vizinho para que os moradores do norte do país possam voltar para suas casas sem o risco de foguetes do Hezbollah. Cerca de 60 mil pessoas foram deslocadas do norte de Israel por conta da escalada de tensões.
As FDI também pediram o deslocamento de cidadãos libaneses de comunidades próximas da fronteira com Israel por conta do aumento da atividade militar.
Operações secretas no Líbano
Segundo o porta-voz do Exército de Israel, Daniel Hagari, forças israelenses tem conduzido diversas operações no Líbano no último ano.
Mais de 70 operações foram conduzidas em território libanês desde o inicio das hostilidades, no dia 7 de outubro do ano passado, após o ataque terrorista do Hamas no sul de Israel. Segundo uma autoridade israelense que conversou com o jornal americano The Washington Post, mais de 1000 armazéns do Hezbollah foram destruídos.
"Estamos nos concentrando em uma área próxima a nossa fronteira", disse Hagari. Segundo o porta-voz, o Hezbollah tinha uma infraestrutura robusta nesta região para realizar um ataque similar ao do Hamas.
"Não vamos para Beirute. Não vamos para as cidades do sul do Líbano", apontou Hagari, abordando implicitamente as preocupações dos líderes internacionais de que a incursão de Israel seria expansiva.
Ataque iraniano
Ainda não está claro como o Irã está atacando Israel. Segundo o jornal The New York Times, três autoridades israelenses afirmaram que o ataque envolveria drones não tripulados. Já uma autoridade americana apontou que o ataque poderia envolver mísseis balísticos.
As tensões se expandiram no último mês por conta de uma troca de ataques mais intensa entre Israel e o Hezbollah, que tirou o foco da guerra em Gaza. A milícia xiita radical libanesa jurou vingança contra Israel após as explosões de pagers e walkie-talkies de membros do grupo, uma ação atribuída a Tel-Aviv, que deixaram 37 mortos.
O ataque mais forte contra o grupo libanês ocorreu na sexta-feira, 27, com a morte de Hassan Nasrallah após um bombardeio israelense no subúrbio de Beirute.
Teerã tem enfrentado uma pressão crescente para ajudar o Hezbollah, mas está calculando os riscos de uma ação militar mais agressiva contra Israel por conta de possíveis retaliações que poderiam destruir o seu programa nuclear ou matar membros importantes da teocracia.
Três autoridades israelenses destacaram que os iranianos atacariam três bases militares e um quartel-general de inteligência em Tel-Aviv.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmou nesta terça-feira que o governo Biden estava acompanhando "cuidadosamente" a situação no Oriente Médio. "É claro que estamos acompanhando de perto os acontecimentos no Oriente Médio e os Estados Unidos estão comprometidos com a defesa de Israel", disse Blinken.
Ataque do Irã em abril
Este seria o segundo ataque do Irã contra o território israelense. No dia 13 de abril, os cidadãos de Israel se abrigaram em bunkers por conta de um ataque direto Teerã, considerado o maior da história do país.
A magnitude do ataque organizado pelo país persa surpreendeu e o tamanho do arsenal militar iraniano chamou atenção. A ofensiva do Irã contou com 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e 120 mísseis balísticos.
O ataque contra Israel ocorreu em retaliação a um bombardeio aéreo atribuído a Tel-Aviv que matou sete pessoas, incluindo dois oficiais da Guarda Revolucionária do Irã, no dia 1 abril na embaixada do país em Damasco. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Estadão Conteúdo
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