23 de agosto de 2024 às 17:16 - Atualizado às 18:03
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro Foto: Reprodução/Instagram
Nesta sexta-feira, 23 de agosto, a União Europeia, os EUA, dez países da América Latina e Organização dos Estados Americanos(OEA), rejeitaram a decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, que confirmou a vitória de Nicolás Maduro, nas eleições venezuelanas realizadas em julho.
O TSJ, alinhado com Maduro, anunciou em uma sentença que reconhecia a vitória do presidente nas eleições de julho, em uma decisão conjunta com o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela, também controlado por um aliado de Maduro.
Assim como o Conselho Eleitoral da Venezuela, o TSJ também não divulgou a contagem de votos, o que anda sendo pedido pela oposição e pela comunidade internacional.
"Nossos países já haviam manifestado o desconhecimento da validez da declaração do CNE (de que Maduro venceu as eleições), logo depois de que o aesso dos representantes da oposição à contagem de votos foi impedida, da não publicação das atas (eleitorais, que contabilizam os votos) e da recusa posterior em que se fizesse uma auditoria imparcial e independente", disse o comunicado.
Segundo o porta-voz do Departamneto de Estado dos EUA, Vadent Patel, também afirmou que a decisão do Supremo sobre a vitória de Maduro "não tem nenhuma credibilidade'.
"As planilhas de contagem de votos disponíveis publicamente e verificadas de forma independente mostram que os eleitores venezuelanos escolheram Edmundo Gonzalez como seu futuro líder", disse Patel.
Já a OEA, publicou uma nota para afirmar que discorda totalmente da decisão do TSJ.
"Esta Secretaria Geral reitera que o CNE proclamou Maduro [reeleito] de maneira apressada, com base em um boletim parcial emitido de forma oral, com números que evidenciavam impossibilidades matemáticas".
A União Europeia também informou que não irá reconhcer mais um governo do presidente da Venezuela, Nicolá Maduro, sem antes ver as provas de que ele venceu as eleições de forma correta.
"É preciso provar esse resultado eleitoral. Até agora não vimos nenhuma prova e, enquanto não virmos um resultado que seja verificável, não vamos reconhecer (a vitória)", disse Borrell, representante de Assuntos Exteriores da União Europeia.
A declaração do representante europeu aconteceu umm dia depois da decisão do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela sobre a vitória de Maduro nas eleições do país em julho.
A Suprema Corte da Venezuela ratificou nesta quinta-feira, 22 de agosto, as alegações do ditador Nicolás Maduro de que ele venceu as eleições presidenciais do mês passado. Segundo o tribunal, as contagens de votos publicadas online, mostrando que ele perdeu por uma grande margem, foram forjadas.
A presidente do tribunal, Caryslia Rodríguez, indicou que, após o comparecimento dos atores convocados e a coleta dos instrumentos eleitorais, os magistrados da câmara eleitoral do tribunal se certificaram.
"De forma irrestrita e inequívoca os resultados eleitorais. Podemos concluir que os boletins emitidos pelo Conselho Nacional Eleitoral são respaldados pelas folhas de apuração emitidas por cada uma das máquinas de votação", disse Rodríguez ao ler a sentença.
A decisão da Suprema Corte nesta quinta-feira veio em resposta a um pedido de Maduro para revisar os totais de votos da votação de 28 de julho, depois que a oposição publicou registros de votação online de 80% das cabines de votação, mostrando que o candidato da oposição Edmundo González Urrutia venceu por uma margem de mais de 2 para 1. González não participou da auditoria, fato observado pelos juízes que o acusaram de tentar espalhar o pânico.
A alta corte está repleta de partidários de Maduro e quase nunca se pronunciou contra o governo.
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