O estudo envolveu imagens detalhadas de 150 áreas com presença de argila. Os dados foram obtidos por meio da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA.
Argila em Marte. Foto: Nasa/JPL-Caltech/UArizona
Pesquisadores revelaram uma descoberta que pode mudar o entendimento sobre a antiga presença de vida em Marte. Um estudo publicado na revista científica Nature Astronomy identificou que camadas espessas de argila na superfície do planeta podem ter se formado em locais onde havia água parada, como lagos e vales.
Esses ambientes, segundo os cientistas, são semelhantes a áreas tropicais da Terra e podem ter oferecido condições ideais para o surgimento da vida. A análise envolveu imagens detalhadas de 150 áreas com presença de argila. Os dados foram obtidos por meio da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, que realiza o mapeamento do planeta há vários anos.
O objetivo da equipe de pesquisadores, liderada por cientistas da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, foi compreender como essas formações se originaram e o que elas podem revelar sobre o passado marciano.
A autora principal do estudo, Rhianna Moore, da Escola Jackson de Geociências, explicou que a formação das camadas de argila exige uma combinação específica de fatores: presença de água, minerais adequados e um ambiente calmo e estável.
“Esses locais têm muita água, mas pouca elevação topográfica, então são muito estáveis. Se você tem um terreno estável, não está prejudicando seus ambientes potencialmente habitáveis. Condições favoráveis podem ser mantidas por períodos mais longos”, afirmou Moore.
A argila é considerada um elemento importante na busca por sinais de vida em outros planetas. Sua formação depende da interação entre água e minerais ao longo do tempo, criando um ambiente que pode proteger compostos orgânicos e facilitar reações químicas essenciais para o surgimento da vida.
A presença desse material em locais com água parada sugere que Marte teve regiões que permaneceram úmidas e estáveis por um longo período, condição fundamental para a evolução de formas de vida microscópicas.
Na Terra, regiões com grande concentração de argila e umidade costumam abrigar uma rica biodiversidade. Os cientistas acreditam que o mesmo poderia ter ocorrido em Marte, há bilhões de anos, quando o planeta possuía um clima mais ameno e uma atmosfera mais espessa.
A descoberta das argilas se soma a outros achados recentes que reforçam a ideia de um passado aquoso em Marte. Outro estudo, publicado na revista National Science Review, aponta para a possível existência de um oceano subterrâneo sob a crosta do planeta.
Segundo os autores, dados da missão InSight da NASA indicam uma desaceleração de ondas sísmicas entre 5,4 e 8 quilômetros de profundidade, o que pode sinalizar a presença de água líquida.
Esse oceano hipotético teria um volume equivalente a uma camada de água global com profundidade entre 520 e 780 metros. Se confirmada, essa descoberta daria um novo fôlego às pesquisas sobre a possibilidade de vida passada, ou até mesmo presente, em Marte.
A comunidade científica já aceita que Marte teve água em estado líquido há cerca de quatro bilhões de anos. Naquele período, o planeta era bem diferente do deserto gelado e seco que conhecemos atualmente. Rios, lagos e até oceanos cobriam grandes áreas de sua superfície, e rochas sedimentares se formavam em ambientes úmidos.
A missão agora é entender como essas mudanças ocorreram e por quanto tempo Marte manteve condições que poderiam sustentar vida. Estudar as camadas de argila e os indícios de água subterrânea ajuda a traçar esse cenário e direcionar futuras missões para pontos estratégicos na busca por sinais de vida.
2
3
04:24, 12 Jul
25
°c
Fonte: OpenWeather
Matheus Alves diz que reality show da Globo sobre trisal afronta valores cristãos e incentiva a distorção do modelo de família.
A denúncia surgiu após um ex-proprietário do veículo, hoje caracterizado como viatura da PM, reconhecer o carro entrando no motel e decidir segui-lo.
O que parecia ser apenas um mal-estar causado pelo calor acabou se revelando um tumor cerebral de 4 cm.
mais notícias
+