15 de abril de 2025 às 16:35 - Atualizado em 23 de abril de 2025 às 16:04
Ilustração Foto Montagem/Rede Social
Vivemos tempos em que a polarização política vem obscurecendo o senso crítico do eleitor. Um fenômeno perigoso tomou conta do imaginário coletivo: o de associar automaticamente a direita política a valores como cristianismo, bons costumes, bom caráter e ausência de corrupção. Essa generalização não só é falsa, como extremamente nociva para a democracia.
O problema não está na existência de políticos de direita pois toda democracia precisa de pluralidade ideológica mas sim na maneira como parte da população os idealiza. Criou-se uma espécie de hipnose coletiva, na qual o simples uso de slogans como “Deus, Pátria, Família e Liberdade” é suficiente para convencer milhões de eleitores de que esses políticos são, por si só, íntegros e incorruptíveis.
Essa idealização transforma líderes em personagens de ficção, em verdadeiros “atores de Hollywood”, interpretando papéis cuidadosamente montados para seduzir um público já emocionalmente envolvido. O perigo é quando essa fantasia passa a dominar o julgamento político, tornando o eleitor cego aos fatos, à história e aos escândalos que, muitas vezes, acompanham esses mesmos políticos.
É preciso dizer com todas as letras: há muita corrupção, incoerência e interesses escusos entre figuras da direita. E ignorar isso é contribuir com a impunidade e perpetuar o ciclo de engano. A direita não é um território sagrado e quem a representa deve ser fiscalizado com a mesma atenção e rigor com que se observa qualquer outro político, de qualquer espectro.
O eleitor precisa sair desse transe. Chegou a hora de resgatar o senso crítico e de reconhecer que slogans não provam caráter, que religião não é sinônimo de ética, e que bons costumes não são garantidos por discursos inflamados ou bandeiras agitadas.
Investigue. Pesquise o passado dos seus candidatos, reveja os escândalos, as contradições e os interesses que sustentam suas campanhas. Não deixe que o marketing político seja o seu único critério de escolha. E, principalmente, não permita que o espetáculo e esse verdadeiro carnaval político apague seu conhecimento e sua memória.
Acorde. Política se faz com responsabilidade, não com idolatria
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Por Fabiano Andrade Economista, Psicanalista e Especialista em Neurociência
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