02 de novembro de 2024 às 14:14 - Atualizado às 14:14
Fernando Haddad e Lula, ao lado de cédulas de R$ 50,00. Foto: Agência Brasil
O real brasileiro tem enfrentado um cenário desfavorável em 2024, apresentando uma das maiores desvalorizações mundiais no acumulado do ano.
Conforme um estudo da consultoria Elos Ayta, publicado pelo portal Metrópoles nesta sexta-feira, 1° de novembro, a moeda brasileira registrou uma queda de 16,21% frente ao dólar americano entre janeiro e outubro, o que a coloca em segundo lugar entre as moedas que mais perderam valor no período. Apenas o peso argentino teve uma performance pior, com desvalorização de 18,4%.
A análise da consultoria considerou o comportamento de 27 moedas em relação ao dólar, evidenciando que, enquanto o real amarga perdas, algumas divisas obtiveram ganhos consideráveis. O dólar de Hong Kong, a libra esterlina e o rand sul-africano, por exemplo, figuraram como as moedas que mais se valorizaram nesse mesmo período.
A situação brasileira reflete as pressões econômicas enfrentadas pelo país, com uma conjuntura interna marcada pela alta inflação e pelas incertezas fiscais, além de fatores globais, como as políticas monetárias restritivas adotadas pelo Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos, que aumentaram a atratividade dos ativos em dólar.
A situação se agravou em outubro, quando o real mais uma vez figurou como a segunda moeda com maior perda no mês. Desta vez, porém, a desvalorização mensal foi superada pelo peso chileno, que enfrentou forte queda por conta de fatores econômicos locais e das flutuações no preço do cobre, uma das principais exportações do Chile.
Nesta sexta-feira, o dólar foi cotado a R$ 5,8698, com o real acumulando alta de 1,53% frente à moeda americana. Ao longo da semana, a desvalorização do real chegou a 2,9%, alimentando temores de que a cotação possa atingir novos recordes. A maior alta histórica foi registrada em maio de 2020, quando o dólar chegou a R$ 5,9007, durante o auge da pandemia de COVID-19 e de incertezas econômicas globais.
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