Pernambuco, 10 de Outubro de 2024

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Pablo Marçal diz que Rodrigo Pacheco precisa 'ser homem' para julgar impeachment de Moraes

O candidato à prefeitura de São Paulo ainda afirmou que qualquer ato de Moraes ou outro ministro deve ser apurado.

11 de setembro de 2024 às 12:23   - Atualizado às 12:54

Rodrigo Pacheco e Pablo Marçal.

Rodrigo Pacheco e Pablo Marçal. Foto: Arte/Portal de Prefeitura

Pablo Marçal (PTRB), candidato à Prefeitura de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, 10 de setembro, em sabatina na Revista Oeste, que Rodrigo Pacheco (PSD), presidente do Senado, “precisa ser homem” para julgar o processo de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

"Quem tem competência para julgar isso [impeachment] é o Senado Federal. Eu vi que o Pacheco recebeu isso ontem. Agora ele tem que ser homem para tocar isso. Eu duvido que, com tanto comprometimento pessoal que ele tem na vida dele — porque eu acho que ele depende muito de favor do Judiciário –, eu duvido que ele vá fazer isso", disse Marçal.

O candidato à prefeitura de São Paulo ainda afirmou que qualquer ato de Moraes ou outro ministro deve ser apurado.
 

"Eu sou a favor de toda investigação contra qualquer ato. Nunca me coloquei contra isso. Qualquer ato do Alexandre de Moraes e de qualquer outro ministro do STF tem que ser apurado e investigado. Nós temos mais de 200 anos de Independência, mas não estamos independentes de comunismo, de ladrão, de ideologia de gênero, de abortista, de gente erotizando criança e de abusos do Poder Judiciário", continuou. 

Justiça Eleitoral nega ação de impugnação


A Justiça Eleitoral de São Paulo negou na noite de domingo, 8, a ação de impugnação à candidatura de Pablo Marçal assinada por uma ala de seu próprio partido, o PRTB, e pelo diretório municipal do PSB, sigla da candidata a prefeita Tabata Amaral.

Os autores pediam a suspensão liminar da candidatura do ex-coach com base no estatuto interno do PRTB, alegando descumprimento de regras, como tempo de filiação à legenda e normas para a convocação da convenção partidária.

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Ao recusar o pedido, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral da capital paulista, deferiu a candidatura do empresário e influenciador.

"Não há como não enaltecer a Justiça Eleitoral, que está atenta à legitimidade e legalidade do pleito", disse o coordenador jurídico da campanha de Marçal, Paulo Hamilton Siqueira Júnior.

Contudo, o ex-coach ainda é alvo de ações na Justiça Eleitoral que podem barrar a chapa à Prefeitura.

Entenda o pedido

A petição inicial foi registrada por Marcos André de Andrade, secretário-geral do PRTB. Apesar de ser da mesma sigla que Pablo Marçal, Andrade é de uma ala rival à de Leonardo Avalanche, fiador da candidatura do empresário e influenciador à Prefeitura da capital paulista. O secretário argumentou que a convenção partidária que escolheu o ex-coach como candidato a prefeito foi irregular, pois não contou com sua autorização, como exige o estatuto do partido.

Para embasar o pedido, Andrade citou um artigo do estatuto do PRTB que prevê que, em cidades com mais de 200 mil habitantes, a realização de convenções partidárias deve passar por "formal consulta e expressa autorização" do diretório nacional da legenda, sob pena de "nulidade da convenção". O secretário expôs à Justiça conversas de WhatsApp com Avalanche, demonstrando que não autorizou a realização do encontro para oficializar Marçal como candidato ao Executivo paulistano.

Três dias depois do pedido inicial, em um adendo à Justiça Eleitoral, Marcos André também registrou que a convenção não foi anunciada em edital de convocação publicado na imprensa local com ao menos cinco dias de antecedência ao evento, como prevê o estatuto do PRTB.

O pedido foi subscrito pelo PSB, partido que lançou como candidata à Prefeitura de São Paulo a deputada federal Tabata Amaral. A sigla da parlamentar alegou que Marçal não se filiou ao PRTB com seis meses de antecedência em relação à convenção partidária, como prevê o estatuto do partido de Marçal.

Juiz defere candidatura

Os argumentos pela impugnação foram rejeitados pelo juiz Antonio Patiño Zorz. Sobre a convocação da convenção partidária sem edital na imprensa local, o magistrado considerou que o anúncio do evento nas redes sociais do partido cumpriu com um requisito previsto no estatuto do PRTB, segundo o qual o chamamento deve ser feito por comunicação "verbal, telefônica ou por escrito".

Sobre a autorização do diretório nacional para a realização do evento, o juiz constatou uma irregularidade. A permissão para a convenção foi assinada por nove dirigentes nacionais do PRTB; o estatuto do partido, contudo, prevê que ao menos 23 membros, a maioria absoluta do diretório, devem ser signatários de uma decisão do gênero. Entretanto, segundo Patiño Zorz, esse "vício" deveria ter sido alvo de contestação durante o andamento da convenção, realizada no dia 4 de agosto, o que não foi feito.

Por fim, quanto ao pedido do PSB, sobre o prazo de filiação com seis meses de antecedência à convenção partidária, o juiz observou que a norma prevista no estatuto do PRTB diz respeito a cargos internos do partido de Marçal, e não a mandatos em eleições federais, estaduais ou municipais.

Outras ações

Com a negativa aos pedidos de Marcos André e do PSB paulistano, a candidatura de Pablo Marçal foi deferida pela Justiça Eleitoral. Contudo, a candidatura do ex-coach ainda está ameaçada por dois processos que podem barrar a candidatura dele

Um dos casos está no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), comandado pela ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. A ação não diz respeito a Marçal de forma direta e envolve uma disputa entre Aldineia Fidelix, viúva de Levy Fidelix, fundador do PRTB, e Leonardo Avalanche.

O julgamento desta ação vai definir se o comando da sigla permanecerá sob comando de Avalanche, líder da comissão provisória do PRTB. O veredicto pode ameaçar Marçal na medida em que Avalanche é seu fiador político na legenda e tomou as decisões que levaram à candidatura.

Outra ação, também registrada pelo PSB de Tabata, refere-se a uma competição de "cortes" promovida por Marçal entre seus seguidores. O influenciador prometia ganhos financeiros aos recortes de seus vídeos que obtivessem as melhores métricas de engajamento nas redes, como visualizações, número de curtidas e comentários. Segundo a ação do PSB, o campeonato teria ocorrido durante o período de pré-campanha e de campanha eleitoral, o que, se comprovado, configura financiamento ilícito e prática de caixa dois.

O Ministério Público Eleitoral (MPE) chegou a pedir a suspensão imediata da campanha do ex-coach, mas a Justiça Eleitoral considerou que, até a conclusão das investigações sobre o campeonato de "cortes", a candidatura de Pablo Marçal deve prosseguir, em paralelo.

Estadão Conteúdo 
 

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