04 de março de 2024 às 13:55
Na noite do último sábado, 2 de fevereiro, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) soltou uma nota sobre o corte de 300 funcionários.
De acordo com o EAS, devido ao desequilíbrio das condições contratuais com um cliente específico, viu-se obrigado a cortar 300 funcionários do seu quadro “até que sejam levadas a bom termo as negociações em curso”.
O EAS se tornou uma alternativa a reparos navais no Brasil, mas o contrato em questão envolve o negócio da oficina de estruturas metálicas.
Há três anos e meio em processo de Recuperação Judicial (RJ), o EAS reformulou seu modelo de negócio para reparo de embarcações.
Neste período, mais de 50 navios de tipos variados passaram pelo estaleiro situado no suape/">Porto de Suape, litoral sul de Pernambuco.
“A empresa mantém uma média de mil funcionários. No pico fomos a 1.500, mas há flutuações que acompanham os contratos, que são temporários”, contou com exclusividade ao Movimento Econômico Tanielle Cavalcanti, diretora do EAS.
A oficina, porém, é mais recente. Entrou em operação há pouco mais de um ano para produzir grandes estruturas metálicas e está em sua segunda encomenda.
O cliente em questão é do segmento naval offshore e ambas as partes entenderam que o contrato precisava ser repactuado.
“Isso criou um impasse temporário e provocou o desligamento dos funcionários”, disse a diretora, descartando rumores sobre multa milionária.
“Mas não se trata de um contrato de grande vulto para o nosso faturamento. De todo modo, trabalhamos para chegaremos a um entendimento e seguir com a produção”.
Novos negócios no Estaleiro
Segundo Tanielle, a oficina do Estaleiro Atlântico Sul está apta a receber encomendas de variados setores, inclusive o de geração eólica.
O contrato anterior foi para produção de carreteis para reposição de cabos submarinos.
Com as encomendas para reparos de navios e as demandas da oficina, o EAS voltou a capacitar mão de obra local e seu banco já conta com mais de três mil currículos.
“O governo federal vem sinalizando uma retomada na indústria naval. Estamos nos preparando para esse momento requalificando os trabalhadores da região. Temos empregado pessoas oriundas de vários setores”, explica.
A atividade do EAS demanda mão de obra intensiva. A empresa conta com um grupo fixo de funcionários, mas a maioria dos trabalhadores ingressam com contratos temporários.
“Diferentes projetos acentuaram a nossa curva de aprendizado e hoje temos como clientes armadores nacionais e até internacionais com base no Brasil que preferem fazer reparos conosco”, Diz Tanielle.
À frente do EAS está Roberto Brizola, engenheiro que atuou na antiga Camargo Correia (que depois da Lava Jato passou a se chamar Mover) e acompanhou o estaleiro desde o seu nascedouro.
Brizola vem conduzindo o EAS desde a saída de antiga CEO, Nicole Mattar. Segundo Tanielle Cavalcanti, o plano de recuperação judicial vem “cumprindo rigorosamente os prazos”.
A empresa não revelou o faturamento em 2023, mas disse que o faturamento tem crescido em média 50% ao ano desde o RJ.
O EAS iniciou suas atividades em outubro de 2007, tendo sido a primeira planta de indústria naval a funcionar em Pernambuco, ocupando uma área original de 100 hectares.
Em seu auge, chegou a empregar mais de 6.000 trabalhadores. Em 2019, entregou o navio Portinari à Transpetro, sua última encomenda.
Em 2023, o Estaleiro Atlântico Sul vendeu parte de sua área para a APM Terminals, di Grupo Maersk, implantar um terminal de contêineres no Porto de Suape.
Será o segundo terminal do porto pernambucano. A verba foi destinada ao pagamento de dívidas com credores.
1
2
4
22:38, 24 Jan
28
°c
Fonte: OpenWeather
A declaração aconteceu após reunião com o presidente nesta sexta-feira, 24 de janeiro.
De agosto a dezembro de 2024, o prejuízo aumentou em 39,7 milhões de dólares, cerca de R$ 240 milhões na cotação atual.
''Outros estudos estão sendo feitos pelo governo'', afirma o vice-presidente.
mais notícias
+