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PT aposta em candidaturas de pastores para reconquistar apoio evangélico

A recente aproximação do PT com o deputado Otoni de Paula (MDB/RJ), ex-bolsonarista, foi vista como uma tentativa de atrair o eleitorado evangélico.

12 de novembro de 2024 às 16:26   - Atualizado às 16:53

Lula em igreja evangélica

Lula em igreja evangélica Ricardo Stuckert/Lula

Após o desempenho abaixo do esperado nas últimas eleições, especialmente entre o eleitorado evangélico, o PT está adotando novas estratégias para reverter essa situação. O partido, que tem visto um declínio de apoio entre os evangélicos, especialmente em relação ao governo Lula, está buscando formas de fortalecer suas relações com líderes religiosos e pastores identificados com a "direita democrática". 

O Núcleo Nacional dos Evangélicos do PT, que tem se empenhado em desenhar estratégias para reverter esse quadro, apresentou um diagnóstico interno com sugestões para aproximar ainda mais o partido desse segmento. Uma das principais propostas é lançar candidatos evangélicos pelo PT em todas as cidades. Oliver Goiano, membro do núcleo e pastor, defendeu a necessidade de tornar o PT mais visível no meio evangélico, dizendo: "Isso fura a bolha e é importante". Segundo ele, a ideia é estabelecer alianças com pastores que já demonstraram simpatia pelo governo Lula, mas com um olhar crítico para evitar figuras oportunistas.

O núcleo acredita que lançar pastores como candidatos pelo PT não só contribuiria para aumentar a visibilidade do partido entre os evangélicos, mas também ajudaria a criar uma base ideológica sólida entre esse público. "Se cada cidade lançar um pastor candidato pelo PT, isso fura a bolha e é importante", completou Goiano.

A recente aproximação do PT com o deputado Otoni de Paula (MDB/RJ), ex-bolsonarista, foi vista como uma tentativa de atrair o eleitorado evangélico. Contudo, o núcleo do partido avaliou que parcerias mais duradouras e baseadas em um alinhamento ideológico mais firme são necessárias. A estratégia, segundo os membros do Núcleo Nacional dos Evangélicos do PT, visa não apenas conquistar votos, mas também consolidar o partido como uma força no meio evangélico, considerado como uma “última fronteira” a ser conquistada.

O PT busca, assim, reverter a percepção negativa entre os evangélicos e fortalecer sua presença entre esse importante segmento eleitoral, que tem se distanciado do partido nos últimos anos.

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Lula planeja ENTREGAR comando de MINISTÉRIO a bancada EVANGÉLICA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva planeja convidar um representante da Frente Parlamentar Evangélica para o comando de um ministério, de preferência uma mulher. Interlocutores de Lula afirmam que a ideia é resolver duas questões que atormentam o Palácio do Planalto: aproximar o governo dos evangélicos e, de quebra, fazer um aceno ao público feminino.

Trata-se de faixas do eleitorado nas quais a administração do PT sofre resistências e desgaste. As conversas de ministros com os evangélicos não são de hoje, mas se intensificaram nos últimos meses. No Planalto, auxiliares do presidente dão como certo que ele fará uma reforma ministerial após as eleições para a presidência da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro de 2025.

Lula quer iniciar a segunda metade do mandato com uma equipe que simbolize a nova correlação de forças no País, na esteira das eleições municipais. A estratégia tem o objetivo de amarrar acordos para sua possível candidatura a novo mandato, em 2026. Visto como uma espécie de "fiel da balança", o segmento evangélico pode mudar o rumo de uma disputa, pois representa 30% da população.

Na lista dos nomes avaliados no Planalto para ocupar uma vaga no primeiro escalão estão a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). A petista já foi ministra de Assistência e Promoção Social de 2003 a 2004, no primeiro mandato de Lula. Agora, um dos ministérios na mira dos evangélicos é o do Desenvolvimento Social, que abriga o programa Bolsa Família - vitrine do governo - e hoje está nas mãos do senador licenciado Wellington Dias (PT).

Apesar desta perspectiva, o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Silas Câmara (Republicanos-AM), disse não ter qualquer compromisso com o Planalto. "O que existe hoje é um diálogo normal. Mas conversar só não adianta. O governo precisa mudar suas atitudes", afirmou ele.

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