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PF investiga desvio de R$ 48,7 milhões em compra de respiradores pelo Consórcio Nordeste

Empresa contratada recebeu pagamento antecipado e não entregou os equipamentos; recursos teriam sido usados para fins pessoais.

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29 de abril de 2025 às 15:57   - Atualizado às 16:04

Reunião do Consórcio do Nordeste -

Reunião do Consórcio do Nordeste - Foto: Roberta Alinne

A Polícia Federal (PF) está investigando um esquema de desvio de R$ 48,7 milhões pagos pelo Consórcio Nordeste à empresa Hempcare para a compra de 300 respiradores pulmonares que nunca foram entregues. O valor foi transferido integralmente pela Hempcare para diversas contas e utilizado em despesas pessoais, como a aquisição de veículos de luxo e o pagamento de faturas de cartão de crédito.

Entre 8 de abril e 20 de maio de 2020, a Hempcare movimentou os R$ 48,7 milhões recebidos do Consórcio Nordeste para diversas pessoas e empresas sem relação com a compra dos ventiladores. Os recursos foram usados para adquirir um SUV Volkswagen Touareg, um caminhão Mercedes-Benz e um Mitsubishi ASX, além de quitar R$ 150 mil em faturas de cartão de crédito.

A PF identificou que ao menos R$ 5 milhões foram repassados a empresas não relacionadas ao fornecimento de respiradores. A investigação também revelou que o dinheiro foi utilizado para pagar mensalidades escolares de filhos de um dos investigados. O valor, originalmente destinado a salvar vidas durante a pandemia, foi desviado para fins pessoais.

Em 2020, o Consórcio Nordeste contratou a Hempcare, uma empresa sem experiência em fornecimento de respiradores, para a compra dos ventiladores pulmonares. Os equipamentos nunca foram entregues, e a totalidade do valor pago até hoje não foi recuperada.

A delação premiada da dona da Hempcare, Cristiana Taddeo, revelou o pagamento de comissões milionárias a lobistas que, segundo ela, teriam intermediado o contrato com o governo da Bahia. A PF investiga se esses pagamentos foram feitos a funcionários públicos.

Na última semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) inocentou o ministro Rui Costa, então governador da Bahia, e Carlos Gabas, ex-secretário-executivo do Consórcio Nordeste. A decisão do TCU contraria parecer da área técnica, que apontou irregularidades na contratação e recomendou a aplicação de multa.

A investigação continua, com a Justiça Federal da Bahia devolvendo o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), uma vez que Rui Costa perdeu o foro privilegiado de governador.

A assessoria de Rui Costa informou que ele determinou a abertura de uma investigação pela Polícia Civil da Bahia durante sua gestão como governador e que espera que os responsáveis pelo desvio de recursos públicos sejam punidos.

O Consórcio Nordeste afirmou que foi vítima de uma fraude e que está aguardando a apuração do crime e a devolução do dinheiro aos cofres dos respectivos estados.

A operação Cianose, deflagrada pela PF, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e no Distrito Federal. Os investigados podem responder pelos crimes de estelionato em detrimento de entidade pública, dispensa de licitação sem observância das formalidades legais e lavagem de dinheiro. 

O caso segue sob investigação, com a expectativa de que os responsáveis sejam identificados e punidos, e que os recursos desviados sejam recuperados.

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