11/07/2025 - 14:58
Rádio Portal
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Obras serão concluídas até 2029 e dobrarão capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, mesmo após escândalos de corrupção.
17 de junho de 2025 às 15:01 - Atualizado às 15:06
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, durante Cerimônia de Retomada das Obras da Refinaria Abreu e Lima. Foto: Ricardo Stuckert/PR Foto: Ricardo Stuckert/PR
A Petrobras assinou nesta segunda-feira (17) os três primeiros contratos para retomar e concluir as obras da Refinaria Abreu e Lima (Rnest), localizada em Ipojuca, Pernambuco. Paralisado há anos após os escândalos revelados pela Operação Lava-Jato, o empreendimento receberá um investimento de R$ 4,9 bilhões para finalizar o chamado Trem 2 da refinaria.
A empresa responsável pela execução das obras será a Consag Engenharia, do grupo Andrade Gutierrez, um dos alvos centrais das investigações da Lava-Jato. Os contratos envolvem a construção de três unidades principais: Unidade de Coqueamento Retardado (UCR), Unidade de Hidrotratamento de Diesel S10 (UHDT-D) e Unidade de Destilação Atmosférica (UDA).
A Petrobras afirmou que os contratos passaram pelas instâncias competentes e seguiram todos os padrões de governança. Os trabalhos fazem parte do Plano de Negócios 2025-2029 da estatal e visam dobrar a capacidade de processamento da Refinaria Abreu e Lima de 130 mil para 260 mil barris por dia, tornando-a a segunda maior refinaria do Brasil.
Iniciada em 2005, a Refinaria Abreu e Lima tinha orçamento inicial de US$ 2,3 bilhões. Contudo, até 2014, já havia consumido quase US$ 20 bilhões, tornando-se símbolo de superfaturamento e corrupção investigados pela Lava-Jato. A previsão atual é que as novas unidades comecem a operar em 2029.
O projeto original também previa participação da estatal venezuelana PDVSA, que mais tarde abandonou o empreendimento. Durante o governo Bolsonaro, a refinaria chegou a ser colocada à venda junto com outras sete unidades, mas não atraiu compradores.
A retomada da obra levanta questionamentos sobre a escolha da construtora, dada sua história ligada aos escândalos, mas também representa uma esperança de retomada econômica e geração de empregos na região.
A Refinaria Abreu e Lima segue como uma das maiores apostas da Petrobras no Nordeste, mesmo carregando um passado polêmico que ainda ecoa no presente.
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