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Múcio avisa Lula sobre incômodo dos EUA com exercícios militares com a China

Participação das Forças Armadas chinesas em operações no Brasil gera desconforto entre militares dos EUA e impacta cooperação bilateral.

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28 de agosto de 2025 às 18:34   - Atualizado às 18:41

Lula ao lado do ministro da Defesa José Múcio e do comandante do Exército, general Tomás Paiva

Lula ao lado do ministro da Defesa José Múcio e do comandante do Exército, general Tomás Paiva - Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, comunicou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o alto comando militar dos Estados Unidos demonstrou forte incômodo com a presença da China em exercícios militares com o Brasil. A informação, divulgada pela Folha de S.Paulo, sinaliza um momento delicado na diplomacia de defesa brasileira, que tenta equilibrar relações com duas potências estratégicas.

Segundo fontes, o alerta foi feito em uma reunião informal entre Múcio e Lula no dia 16 de agosto, após os EUA recuarem de diversas iniciativas conjuntas com o Brasil. Entre elas estão o cancelamento da Operação Formosa 2025, um dos principais exercícios da Marinha, e a Operação Core 2025, que seria realizada com o Exército dos EUA no interior de Pernambuco.

Ambas as suspensões foram oficialmente atribuídas a restrições orçamentárias, mas interlocutores do governo e das Forças Armadas reconhecem que o incômodo dos EUA com os exercícios militares com a China foi determinante. Em 2024, pela primeira vez, militares dos EUA e da China participaram de um mesmo exercício no Brasil, o que gerou tensões nos bastidores.

A crise foi agravada pelo cancelamento da Conferência Espacial das Américas, organizada em parceria entre a Força Aérea Brasileira e o Comando Sul dos EUA. O gesto sinalizou o distanciamento crescente entre os dois países no campo militar — uma situação que analistas classificam como reflexo do atual cenário geopolítico, em que o Brasil se vê pressionado a tomar posição entre Washington e Pequim.

Mesmo com os atritos, a cooperação militar não foi completamente rompida. Representantes das Forças Armadas norte-americanas integram atualmente uma comitiva de 27 países que visita a região amazônica para conhecer projetos de defesa e proteção ambiental do Exército brasileiro — atividade que também conta com a participação da China.

Para diplomatas e especialistas, o Brasil enfrenta agora o desafio de manter sua política de neutralidade ativa, sem abrir mão da soberania sobre sua agenda de exercícios militares com a China, ao mesmo tempo em que preserva décadas de parceria com os Estados Unidos na área de defesa.

Brasil rompe tradição militar e envia generais brasileiros para morar na China pela primeira vez

Pela primeira vez na história, o Brasil designou dois oficiais generais — um do Exército e outro da Marinha — para residirem permanentemente na China como adidos militares, conforme decreto publicado em junho de 2025. A decisão marca uma ruptura com a tradição de décadas de priorização quase exclusiva dos Estados Unidos como principal interlocutor estratégico das Forças Armadas brasileiras, onde até então apenas os EUA contavam com adidos nesse nível hierárquico.

A medida é interpretada por analistas como um gesto político com forte impacto geopolítico, e vem em meio ao estreitamento das relações entre Brasil e China no âmbito do BRICS, da indústria bélica e do agronegócio. Em resposta, o governo dos EUA endureceu sua postura, com o presidente Donald Trump anunciando tarifas de 50% sobre produtos agrícolas brasileiros e o Senado americano iniciando uma investigação formal sobre a presença chinesa no agronegócio nacional.

Apesar do gesto diplomático, militares brasileiros alertam que uma transição tecnológica e estratégica para o modelo chinês não seria viável no curto prazo, devido à forte dependência atual de sistemas, treinamentos e doutrinas de origem americana.

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