Bolsonaro desmente taxar compras por aplicativos como AliExpress, Shopee e Shein, que comercializa de forma virtual no Brasil
O presidente escreveu em sua conta no Twitter no sábado, 21 de maio, que não assinou Medida Provisória (MP) sobre tal assunto e que irregularidades devem ser combatidas com fiscalização.
Por Luiz Fernandes - Publicado em
22 maio de 2022, às 10:42
Bolsonaro desmente taxar compras por aplicativos como AliExpress, Shopee e Shein, que comercializa de forma virtual no Brasil. Foto: Divulgação/ Arte Portal de Prefeitura.
O presidente Jair Bolsonaro descartou no sábado, 21 de maio, em sua conta no Twitter, a edição de medida provisória (MP) para tributar compras feitas no exterior por meio de plataformas na internet.
“Não assinarei nenhuma MP para taxar compras por aplicativos como Shopee, AliExpress, Shein etc como grande parte da mídia vem divulgando. Para possíveis irregularidades nesse serviço, ou outros, a saída deve ser a fiscalização, não o aumento de impostos”, escreveu Bolsonaro, na postagem.
Atualmente, a isenção de Imposto de Importação ocorre para encomendas de até US$ 50. No entanto, o benefício só é concedido se a remessa ocorrer entre duas pessoas físicas, sem fins comerciais.
Segundo o secretário Especial da Receita Federal, Júlio César Gomes, em entrevista ao programa Brasil em Pauta da TV Brasil, no início deste mês, muitos vendedores se fazem passar por pessoas físicas quando, na verdade, são empresas constituídas para se valer de isenções, o que constitui fraude.
César Gomes chamou esses aplicativos de “camelódromos virtuais”. Segundo ele, hoje o Brasil recebe cerca de 500 mil dessas encomendas por dia.
De acordo com o secretário, a Receita Federal está intensificando o combate a bens contrabandeados ou que burlam as regras tributárias vigentes por meio de um programa de rastreabilidade fiscal recém-lançado. Na entrevista, o secretário também afirmou que estava em estudo a edição de uma medida provisória com foco nos “camelódromos virtuais”.
Empresas especializadas neste serviço, como AliExpress, Shopee e Mercado Livre, permanecem isentas de tributação da Receita Federal sobre importações de até US$ 50 para livros, revistas, outros materiais periódicos e medicamentos.
Em 23 de março, um grupo de empresários apresentou um ofício à PGR (Procuradoria Geral da República) com queixas contra essas plataformas estrangeiras. A ação foi encabeçada pelo dono da varejista Havan, Luciano Hang e pelo CEO da Multilaser, Alexandre Ostrowiecki.
Também ganhou apoio da Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica), Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes Produtos Eletroeletrônicos) e do FNCP (Fórum Nacional contra a Pirataria e Ilegalidade).
Jornalista formado pelo Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau), com atuação nas principais áreas da comunicação, como assessoria de imprensa, marketing digital, TV, fotografia, criação de conteúdos e gerenciamento de redes sociais. Participou do primeiro estágio visita do Senado Federal e assessoria de comunicação política nos últimos 2 anos.